terça-feira, 1 de junho de 2010

Calorias e gorduras em excesso versus incontinência urinária

Uma alta ingestão de calorias e gorduras saturadas contribui para incontinência urinária

Um novo estudo sugere que mulheres que consomem uma grande quantidade de calorias ou gorduras saturadas podem ter um risco mais alto de incontinência urinária, independentemente de seu peso corporal.

Não está certo por que exatamente o balanço de gorduras na dieta de uma pessoa poderia afetar a incontinência urinária. Porém, isso pode ser devido à inflamação sistêmica crônica, especulam os pesquisadores.

Estudos descobriram que pessoas com altos níveis de determinadas substâncias inflamatórias em sua corrente sanguínea são mais propensas a apresentar sintomas do trato urinário. E acredita-se que dietas com uma razão elevada entre gorduras saturadas e poliinsaturadas pode promover a inflamação.

Além disso, excesso de calorias pode afetar os sintomas urinários porque mais calorias significam uma atividade maior do sistema nervoso – o que poderia aumentar a atividade nos nervos que afetam a bexiga, afirmou a pesquisadora principal, Dra. Nancy N. Maserejian, dos New England Research Institutes em Watertown, Massachusetts, em um e-mail à Reuters Health.

De todas as mulheres do estudo, as 20% com a ingesta calórica mais alta (cerca de 2.400 calorias/dia) foram quase três vezes mais propensas a ter incontinência urinária do que as 20% com a ingesta calórica mais baixa (cerca de 840 calorias/dia), após ajuste para fatores de saúde e do estilo de vida, incluindo peso.

Enquanto isso, mulheres com as razões mais altas entre gorduras saturadas e poliinsaturadas consumiram algo em torno de 3 a 7 vezes mais gordura saturada do que poliinsaturada.

Elas apresentaram uma propensão 2,5 vezes mais alta de sofrer de incontinência urinária, comparadas às mulheres que ingeriram proporções iguais dos dois tipos de gorduras.

Os dados, publicados na edição eletrônica do American Journal of Epidemiology, são oriundos de uma pesquisa sobre a saúde de 2.060 mulheres residentes em Boston, com idades entre 30 e 79 anos, que forneceram informações detalhadas sobre suas dietas e outros hábitos referentes ao estilo de vida.

Em geral, pouco mais de 12% das mulheres apresentavam incontinência urinária moderada a grave, definida como vazamento que ocorre pelo menos uma vez por semana, ou vazamento significativo mensal.

“Esses são resultados muito novos, e nós precisamos de mais pesquisas para verificá-los”, afirmou a Dra. Maserejian.

Por enquanto, ela observou que, em pessoas com sobrepeso, a perda ponderal continua a terapia modificadora do estilo de vida de “primeira linha” para a incontinência.

Mas os resultados atuais sugerem que perder alguns quilos cortando calorias e trocando gorduras saturadas por poliinsaturadas pode ser especificamente efetivo.

Os resultados também sugerem que essas modificações na dieta podem ser efetivas em mulheres com peso normal, acrescentou a Dra. Maserejian.

“Uma das coisas interessantes sobre nossos resultados”, disse ela, “é que a associação (entre calorias e incontinência urinária) foi até mais forte em mulheres magras.

Autora: Amy Norton - http://www.medcenter.com/Medscape/content.aspx?bpid=120&id=26517&__akacao=269755&__akcnt=acd0802f&__akvkey=9d47&utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=Geral+115+BR&langtype=1046
Publicado em 05/17/2010: Am J Epidemiol 2010.

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