quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Carta Maior: Anvisa X Alimentos contaminados por agrotóxicos

Ranking da Anvisa aponta alimentos contaminados por agrotóxicos

Matéria da Editoria: Meio Ambiente - 08/12/2011

Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos, relativo ao ano de 2010, indica produtos com problema de contaminação. O pimentão, o morango e o pepino lideram o ranking dos alimentos com o maior número de amostras contaminadas por agrotóxico no ano em questão. Dois tipos de problemas foram detectados pela Anvisa nestas amostras: presença de resíduos de agrotóxicos acima do permitido e uso de agrotóxicos não autorizados para estas culturas.

Marco Aurélio Weissheimer (*)
Data: 07/12/2011

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou hoje (7) os dados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos, relativo ao ano de 2010. O pimentão, o morango e o pepino lideram o ranking dos alimentos com o maior número de amostras contaminadas por agrotóxico no ano em questão. Mais de 90% das amostras de pimentão analisadas pelo programa apresentaram contaminação. No caso do morango e do pepino, o percentual de amostras contaminadas foi de 63% e de 58%, respectivamente.

Dois tipos de problemas foram detectados pela Anvisa nestas amostras: presença de resíduos de agrotóxicos acima do permitido e uso de agrotóxicos não autorizados para estas culturas. As amostras foram coletadas em 25 estados do país e no Distrito Federal. São Paulo foi o único Estado a não participar do programa em 2010

Outros produtos apresentaram problemas classificados como “preocupantes” pela Anvisa. Em 55% das amostras de alface e 50% das amostras de cenoura também foram encontrados sinais de contaminação. Beterraba, abacaxi, couve e mamão apresentaram o mesmo problema em 30% de suas amostras. No outro extremo, a batata foi aprovada como livre de contaminação em 100% das amostras analisadas.

O diretor da Anvisa, Agenor Álvares, definiu assim o resultado: “São dados preocupantes, se considerarmos que a ingestão cotidiana desses agrotóxicos pode contribuir para o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis, como a desregulação endócrina e o câncer”.

No balanço geral, das 2.488 amostras analisadas pelo programa, 28% apresentaram problemas. Deste total, em 24,3% dos casos, foi constatada a presença de agrotóxicos não autorizados para a cultura analisada. Em 1,7% das amostras foram encontrados resíduos de agrotóxicos em níveis acima dos autorizados. “Esses resíduos indicam a utilização de agrotóxicos em desacordo com as informações presentes no rótulo e bula do produto, ou seja, indicação do número de aplicações, quantidade de ingrediente ativo por hectare e intervalo de segurança”, observa Agenor Álvares. Em 1,9% das amostras foram encontradas as duas irregularidades simultaneamente na mesma amostra.

O relatório final do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos destaca que as doenças crônicas não transmissíveis – que têm os agrotóxicos entre seus agentes causadores – são hoje um problema mundial de saúde pública. Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), elas são responsáveis por 63% das 57 milhões de mortes declaradas no mundo em 2008, e por 45,9% do volume global de doenças.

A OMS prevê um aumento de 15%, entre 2010 e 2020, dos óbitos causados por essas doenças. No Brasil, elas já representam a principal causa de óbito, sendo responsáveis por 74% das mortes ocorridas em 2008 (893.900 óbitos).

O mercado brasileiro de agrotóxicos é o maior do mundo, com 107 empresas aptas a registrar produtos, e representa 16% do mercado mundial. Somente em 2009, foram vendidas mais de 780 mil toneladas de produtos no país. Além disso, o Brasil também ocupa a sexta posição no ranking mundial de importação de agrotóxicos.

A entrada desses produtos em território nacional aumentou 236%, entre 2000 e 2007. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o principal destino de agrotóxicos proibidos no exterior. Dez variedades vendidas livremente aos agricultores não circulam na União Europeia e Estados Unidos. Foram proibidas pelas autoridades sanitárias desses países.

(*) Com informações da Anvisa.

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19160&boletim_id=1069&componente_id=17111

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Sobre a nova Política Nacional de Alimentação e Nutrição.

Aprovação do novo texto da Política Nacional de Alimentação e Nutrição.
Por vanessa.franco em Sex 28 de Oct, 2011 08:31 BRT .Prezados leitores do Blog da CGAN, É com enorme alegria que comunico que a nova Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) foi aprovada na 9ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite do SUS, em 27 de outubro de 2011. A PNAN foi lançada em 1999 e deste então é reconhecida como importante marco legal e referência técnica e política dentre os esforços do Estado Brasileiro para garantia dos direitos humanos à saúde e à alimentação. Ao se completar dez anos de publicação da PNAN, teve início o processo de atualização e aprimoramento das suas bases e diretrizes, na busca de uma resposta oportuna e específica do Sistema Único de Saúde (SUS) na reorganização, qualificação e aperfeiçoamento das ações de Alimentação e Nutrição para o enfrentamento da complexidade da situação alimentar e nutricional da população brasileira. A PNAN tem como propósito a melhoria das condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, mediante a promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, a vigilância alimentar e nutricional, a prevenção e o cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição. Ela reafirma os princípios doutrinários e organizativos do Sistema Único de Saúde (universalidade, integralidade, equidade, descentralização, regionalização, hierarquização e participação e controle popular), aos quais se somam aos princípios a seguir: da alimentação como elemento de humanização das práticas de saúde; do respeito à diversidade e à cultura alimentar; do fortalecimento da autonomia dos indivíduos as escolhas e práticas alimentares; da determinação social e da natureza interdisciplinar e intersetorial da alimentação e nutrição e da segurança alimentar e nutricional com soberania. A PNAN, nesta sua segunda edição, está organizada em diretrizes que abrangem o escopo da atenção nutricional no Sistema Único de Saúde com foco na vigilância, promoção, prevenção e cuidado integral de agravos relacionados à alimentação e nutrição; atividades essas integradas às demais ações de saúde nas redes de atenção, tendo a atenção básica como ordenadora das ações. As diretrizes que integram a PNAN indicam as linhas de ações para o alcance do seu propósito, capazes de modificar os determinantes de saúde e promover a saúde da população. Sendo consolidadas em: 1. Organização da Atenção Nutricional; 2. Promoção da Alimentação Adequada e Saudável; 3. Vigilância Alimentar e Nutricional; 4. Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição; 5. Participação e Controle Social; 6. Qualificação da Força de Trabalho; 7. Controle e Regulação dos Alimentos; 8. Pesquisa, Inovação e Conhecimento em Alimentação e Nutrição; 9. Cooperação e articulação para a Segurança Alimentar e Nutricional. Esta nova edição da PNAN apresenta-se articulada com o Plano Nacional de Saúde e Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, respeita os instrumentos de planejamento e pactuação do SUS e integra a lógica das redes de atenção à saúde. Ela foi revisada em amplo, dialógico e democrático processo de consulta que contou com a colaboração de vários atores envolvidos no tema, tais como: conselheiros nacionais, estaduais, municipais de saúde; entidades da sociedade civil; entidades de trabalhadores de saúde; gestores estaduais e municipais de Alimentação e Nutrição e da Saúde; conselheiros estaduais de Segurança Alimentar e Nutricional; Centros Colaboradores de Alimentação e Nutrição e especialistas em políticas públicas de saúde e de alimentação e nutrição. Por fim, gostaria de agradecer a todos que de alguma forma participaram do processo de revisão da PNAN, em particular à Comissão Intersetorial de Alimentação e Nutrição do Conselho Nacional de Saúde (CIAN/CNS) pela parceria que possibilitou o início do processo de revisão da nossa Política. Despeço-me com a certeza que demos um decisivo passo no alcance do sonho de fazer a PNAN cada vez mais presente no SUS e no dia a dia do povo brasileiro. Bom final de semana! Patricia Jaime Fonte: http://ecos-redenutri.bvs.br/tiki-view_blog.php?blogId=1

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O Veneno Está na Mesa - Os problemas gerados pelo uso dos agrotóxicos

Silvio Tendler: o veneno está na mesa do brasileiro
Silvio Tendler é um especialista em documentar a história brasileira. Já o fez a partir de João Goulart, Juscelino Kubitschek,Carlos Marighela, Milton Santos, Glauber Rocha e outros nomes importantes. Em seu último documentário, Silvio não define nenhum personagem em particular, mas dá o alerta para uma grave questão que atualmente afeta a vida e a saúde dos brasileiros: o envenenamento a partir dos alimentos. Em O veneno está na mesa, lançado no último dia (25) no Rio de Janeiro, o documentarista mostra que o Brasil está envenenando diariamente sua população a partir do uso abusivo de agrotóxicos nos alimentos. Em um ranking para se envergonhar, o brasileiro é o que mais consome agrotóxico em todo o mundo, sendo 5,2 litros a cada ano por habitante. As consequências, como mostra o documentário, são desastrosas. Em entrevista ao Brasil de Fato, Silvio Tendler diz que o problema está no modelo de desenvolvimento brasileiro. E seu filme, que também é um produto da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida, capitaneada por uma dezena de movimentos sociais, nos leva a uma reflexão sobre os rumos desse modelo. Confira. Brasil de Fato: Você que é um especialista em registrar a história do Brasil, por que resolveu documentar o impacto dos agrotóxicos sobre a agricultura e não um outro tema nacional? Silvio Tendler: Porque a partir de agora estou querendo discutir o futuro e não mais o passado. Eu tenho todo o respeito pelo passado, adoro os filmes que fiz, adoro minha obra. Aliás, meus filmes não são voltados para o passado, são voltados para uma reflexão que ajuda a construir o presente e, de uma certa forma, o futuro. Mas estou muito preocupado. Na verdade esse filme nasceu de uma conversa minha com [o jornalista e escritor] Eduardo Galeano em Montevidéu [no Uruguai] há uns dois anos, em que discutíamos o mundo, o futuro, a vida. E o Galeano estava muito preocupado porque o Brasil é o país que mais consumia agrotóxico no mundo. O mundo está sendo completamente intoxicado por uma indústria absolutamente desnecessária e gananciosa, cujo único objetivo realmente é ganhar dinheiro. Quer dizer, não tem nenhum sentido para a humanidade que justifique isso que está se fazendo com os seres humanos e a própria terra. A partir daí resolvi trabalhar essa questão. Conversei com o João Pedro Stédile [coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra], e ele disse que estavam preocupados com isso também. Por coincidência, surgiu a Campanha Permanente contra os Agrotóxicos, movida por muitas entidades, todas absolutamente muito respeitadas e respeitáveis. Fizemos a parceria e o filme ficou pronto. É um filme que vai ter desdobramentos, porque eu agora quero trabalhar essas questões. Brasil de Fato: Então seus próximos documentários deverão tratar desse tema? ST: Pra você ter uma ideia, no contrato inicial desse documentário consta que ele seria feito em 26 minutos, mas é muita coisa pra falar. Então ficou em 50 [minutos]. E as pessoas quando viram o filme, ao invés de me dizerem ‘está muito longo’, disseram ‘está curto, você tem que falar mais’. Quer dizer, tem que discutir outras questões, e aí eu me entusiasmei com essa ideia e estou querendo discutir temas conexos à destruição do planeta por conta de um modelo de desenvolvimento perverso que está sendo adotado. Uma questão para ser discutida de forma urgente, que é conexa a esse filme, é o agronegócio. É o modelo de desenvolvimento brasileiro. Quer dizer, porque colocar os trabalhadores para fora da terra deles para que vivam de forma absolutamente marginal, provocando o inchaço das cidades e a perda de qualidade de vida para todo mundo, já que no espaço onde moravam cinco, vão morar 15? Por que se plantou no Brasil esse modelo que expulsa as pessoas da terra para concentrar a propriedade rural em poucas mãos, esse modelo de desenvolvimento, todo ele mecanizado, industrializado, desempregando mão de obra para que algumas pessoas tenham um lucro absurdo? E tudo está vinculado à exploração predatória da terra. Por que nós temos que desenvolver o mundo, a terra, o Brasil em função do lucro e não dos direitos do homem e da natureza? Essas são as questões que quero discutir. Brasil de Fato: Você também mostrou que até mesmo os trabalhadores que não foram expulsos do campo estão morrendo por aplicar em agrotóxicos nas plantações. O impacto na saúde desses agricultores é muito grande... ST: É mais grave que isso. Na verdade, o cara é obrigado a usar o agrotóxico. Se ele não usar o agrotóxico, ele não recebe o crédito do banco. O banco não financia a agricultura sem agrotóxico. Inclusive tem um camponês que fala isso no filme, o Adonai. Ele conta que no dia em que o inspetor do banco vai à plantação verificar se ele comprou os produtos, se você não tiver as notas da semente transgênica, do herbicida, etc., você é obrigado a devolver o dinheiro. Então não é verdade que se dá ao camponês agricultor o direito de dizer ‘não quero plantar transgênico’, ‘não quero trabalhar com herbicidas’, ‘quero trabalhar com agricultura orgânica, natural’. Porque para o banco, a garantia de que a safra vai vingar não é o trabalho do camponês e a sua relação com a terra, são os produtos químicos que são usados para afastar as pestes, afastar pragas. Esse modelo está completamente errado. O camponês não tem nenhum tipo de crédito alternativo, que dê a ele o direito de fazer um outro tipo de agricultura. E aí você deixa as pessoas morrendo como empregadas do agronegócio, como tem o Vanderlei, que é mostrado no filme. Depois de três anos fazendo a tal da mistura dos agrotóxicos, morreu de uma hepatopatia grave. Tem outra senhora de 32 anos que está ficando totalmente paralítica por conta do trabalho dela com agrotóxico na lavoura do fumo. Brasil de Fato: A impressão que dá é que os brasileiros estão se envenenando sem saber. Você acha que o filme pode contribuir para colocar o assunto em discussão? ST: Eu acho que a discussão é exatamente essa, a discussão é política. Eu, de uma certa maneira, despolitizei propositadamente o documentário. Eu não queria fazer um discurso em defesa da reforma agrária ou contra o agronegócio para não politizar a questão, para não parecer que, na verdade, a gente não quer comer bem, a gente quer dividir a terra. E são duas coisas que, apesar de conexas, eu não quis abordar. Eu não quis, digamos assustar a classe média. Eu só estou mostrando os malefícios que o agrotóxico provoca na vida da gente para que a classe média se convença que tem que lutar contra os agrotóxicos, que é uma luta que não é individual, é uma luta coletiva e política. Tem muita gente que parte do princípio ‘ah, então já sei, perto da minha casa tem uma feirinha orgânica e eu vou me virar e comer lá’, porque são pessoas que têm maior poder aquisitivo e poderiam comprar. Mas a questão não é essa. A questão é política, porque o agrotóxico está infiltrado no nosso cotidiano, entendeu? Queira você ou não, o agrotóxico chega à sua mesa através do pão, da pizza, do macarrão. O trigo é um trigo transgênico e chega a ser tratado com até oito cargas de pulverizador por ano. Você vai na pizzaria comer uma pizza deliciosa e aquilo ali tem transgênico. O que você está comendo na sua mesa é veneno. Isso independe de você. Hoje nada escapa. Então, ou você vai ser um monge recluso, plantando sua hortinha e sua terrinha, ou se você é uma pessoa que vai ficar exposta a isso e será obrigada a consumir. Brasil de Fato: Como você avalia o governo Dilma a partir dessa política de isenção fiscal para o uso de agrotóxico no campo brasileiro? ST: Deixa eu te falar, o governo Dilma está começando agora, não tem nenhum ano, então não dá para responsabilizá-la por essa política. Na verdade esse filme vai servir de alerta para ela também. Muitas das coisas que são ditas no filme, eles [o governo] não têm consciência. Esse filme não é para se vingar de ninguém. É para alertar. Quer dizer, na verdade você mora em Brasília, você está longe do mundo, e alguém diz para você ‘ah, isso é frescura da esquerda, esse problema não existe’, e os relatórios que colocam na sua mesa omitem as pessoas que estão morrendo por lidar diretamente com agrotóxico. [As mortes] vão todas para as vírgulas das estatísticas, entendeu? Acho que está na hora de mostrar que muitas vidas não seriam sacrificadas se a gente partisse para um modelo de agricultura mais humano, mais baseado nos insumos naturais, no manejo da terra, ao invés de intoxicar com veneno os rios, os lagos, os açudes, as pessoas, as crianças que vivem em volta, entendeu? Eu acho que seria ótimo se esse filme chegasse nas mãos da presidente e ela pudesse tomar consciência desse modelo que nós estamos vivendo e, a partir daí, começasse a mudar as políticas. Brasil de Fato: No documentário você optou por não falar com as empresas produtoras de agrotóxicos. Essa ideia ficou para um outro documentário? ST: É porque eu não quis fazer um filme que abrisse uma discussão técnica. Se as empresas reclamarem muito e pedirem para falar, eu ouço. Eu já recebi alguns pedidos e deixei as portas abertas. No Ceará eu filmei um cara que trabalha com gado leiteiro que estava morrendo contaminado por causa de uma empresa vizinha. Eu filmei, a empresa vizinha reclamou e eu deixei a porta aberta, dizendo ‘tudo bem, então vamos trabalhar em breve isso num outro filme’. Se as empresas que manipulam e produzem agrotóxico me chamarem para conversar, eu vou. E vou me basear cientificamente na questão porque eles também são craques em enrolar. Querem comprovar que você está comendo veneno e tudo bem (risos). E eu preciso de subsídios para dizer que não, que aquele veneno não é necessário para a minha vida. Nesse primeiro momento, eu quis botar a discussão na mesa. Algumas pessoas já começaram a me assustar, ‘você vai tomar processo’, mas eu estou na vida para viver. Se o cara quiser me processar por um documentário no qual eu falei a verdade, ele processa pois tem o direito. Agora, eu tenho direito, como cineasta, de dizer o que eu penso. Brasil de Fato: Esse filme será lançado somente no Rio ou em outras capitais também? ST: Eu estou convidado também para ir para Pernambuco em setembro, mas o filme pode acontecer independente de mim. Esse filme está saindo com o selinho de ‘copie e distribua’. Ele não será vendido. A gente vai fazer algumas cópias e distribuir dentro do sentido de multiplicação, no qual as pessoas recebem as cópias, fazem novas e as distribuem. O ideal é que cada entidade, e são mais de 20 bancando a Campanha, consiga distribuir pelo menos mil unidades. De cara você tem 20 mil cópias para serem distribuídas. E depois nós temos os estudantes, os movimentos sociais e sindicais, os professores. Vai ser uma discussão no Brasil. Temos que levar esse documentário para Brasília, para o Congresso, para a presidente da República, para o ministro da Agricultura, para o Ibama. Todo mundo tem que ver esse filme. Brasil de Fato: E expectativa é boa então? ST: Sim. Eu sou um otimista. Sempre fui. Fonte: Brasil de Fato

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Dia 20 de Outubro: Dia mundial de combate à osteoporose

Osteoporose já atinge 10 milhões de pessoas no Brasil
Saber quais as quantidades de cálcio e vitamina D que devem ser ingeridos durante a infância, juventude e idade adulta para ajudar na prevenção da osteoporose ainda é um fator desconhecido para a maior parte da população. O resultado: a osteoporose, doença tão silenciosa quanto a pressão alta, crônica e incapacitante, já atinge 10 milhões de pessoas no País. A recomendação é de pelo menos 1.000 miligramas de cálcio diárias. Mas dificilmente a população em geral e, em especial, as mulheres, as mais atingidas pelo problema, conseguem consumir os níveis indicados da substância. Densitometria Óssea, o que é isso? Para o diagnóstico da osteoporose, o exame indicado é a densitometria óssea, que avalia a densidade mineral do osso e o grau de osteopenia e osteoporose; e indica a probabilidade de fraturas. O termo osteopenia significa que a densidade mineral óssea (DMO) está abaixo do esperado para um adulto jovem, de 20 a 39 anos, do mesmo sexo e etnia. Com o avançar da idade ou a presença de fatores de risco, como a menopausa e o tabagismo, a pessoa terá mais chance de desenvolver osteoporose. O resultado do exame possibilita a obtenção da curva de perda óssea através do tempo, quando a avaliação é feita periodicamente. Trata-se de um procedimento rápido, indolor e leva de dois a quatro minutos para ser realizado. A densidade óssea é habitualmente medida no quadril e coluna. A radiologia, tomografia computadorizada e marcadores biológicos do metabolismo ósseo são outros métodos de avaliação óssea. Após o exame, as atividades podem ser retomadas normalmente. Quem deve fazer o exame? • Mulheres na fase da menopausa devem realizar, no mínimo, a cada ano ou dois anos; • Mulheres por volta dos 35 a 40 anos e que apresentam alguns dos fatores de risco; • Mulheres que fazem reposição com hormônios estrógenos; • Pessoas que usam hormônios tireoidianos, corticosteróides, e medicamentos anticonvulsivantes; • Mulheres com 65 anos ou mais; • Homens a partir dos 70 anos; • Pessoas com mais de 50 anos e com histórico de fraturas; • Nas crianças, o exame é indicado quando há necessidade de acompanhamento do desenvolvimento ósseo, em doenças osteometabólicas e, ocasionalmente, em regimes dietéticos para emagrecimento. Que preparo é necessário? • As grávidas precisam informar o médico do estado gestacional; • Evitar o consumo, horas antes do exame, de alimentos e bebidas que contenham cálcio; • Evitar o uso de medicamentos que contenham cálcio, 24 horas antes do exame; • O paciente não deverá ter se submetido a exame de Medicina Nuclear previamente (72 horas) ; • O paciente não deverá ter realizado exame radiológico com uso de contraste. É preciso aguardar pelo menos 5 dias; • No dia do teste, o paciente deverá comparecer com roupa sem metais (zíper, botões, broches etc). A Campanha “Seja Firme e Forte” convida a população a entender os riscos de uma dieta sem cálcio e vitamina D ou de uma vida sedentária. Hoje é o Dia Mundial de Combate à Osteoporose, ideal para conscientizar o maior número de pessoas. Fonte: http://www.blogdasaude.com.br/saude-fisica/2011/10/20/dia-mundial-de-combate-a-osteoporose-doenca-ja-atinge-10-milhoes-de-pessoas-no-brasil/

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O Brasil liderando o combate à fome

O Brasil lidera pela terceira vez o levantamento da organização não governamental (ONG) ActionAid, divulgado hoje (10), que lista os países que mais combatem a fome. Desta vez, o anúncio de mais investimentos para a agricultura familiar levou o Brasil ao topo do ranking. Malauí, Ruanda, Etiópia e Tanzânia completam as cinco primeiras posições.
O relatório lista resultados do Programa Fome Zero, que levou à redução da desnutrição infantil em 73% entre 2002 e 2008, e elogia a inclusão do direito à alimentação na Constituição Federal em fevereiro de 2010. A iniciativa mais recente do país no combate à insegurança alimentar, segundo a ONG, foi o anúncio de R$ 16 bilhões para o Plano Safra da Agricultura Familiar 2011/2012, para investimentos na produção de alimentos, geração de renda no campo e organização econômica de agricultores familiares, assentados da reforma agrária e povos e comunidades tradicionais. Apesar dos bons resultados, segundo a ActionAid, o Brasil precisa avançar na distribuição de terras, uma das mais desiguais do mundo. De acordo com o relatório, 56% da terra agricultável estão nas mãos de 3,5% dos proprietários rurais. Os 40% mais pobres têm apenas 1% dessas terras. “O país precisa resolver a profunda desigualdade no acesso à terra e assegurar que os novos processos de crescimento não gerem novas exclusões por meio do deslocamento das populações. E ainda há 16 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza, altamente vulneráveis à fome. Essas pessoas são profundamente excluídas, são necessárias políticas públicas muito específicas e desenhadas para esse grupo”, avaliou o coordenador executivo da ActionAid Brasil, Adriano Campolina. Segundo ele, pode ser compartilhada com outros países a experiência brasileira em iniciativas de transferência de renda e políticas de proteção social e segurança alimentar, como os programas de merenda escolar e de construção de cisternas em regiões semiáridas. Na avaliação global, o levantamento aponta que apesar de recentes avanços no combate à fome e à insegurança alimentar, o mundo está prestes a enfrentar uma agravamento da crise de oferta de alimentos. Entre as causas estão os efeitos das mudanças climáticas e a perspectiva de aumento de preço dos alimentos, que deverá levar mais 44 milhões de pessoas à pobreza. De acordo com a ActionAid, a demanda de terras para a produção de biocombustíveis deve continuar inflacionando o preço dos alimentos. De acordo com Campolina, a crise econômica também deve frear os esforços internacionais de combate à fome. “Em um ambiente de crise há menos recursos disponíveis tanto para a ajuda externa quanto para o investimento doméstico em agricultura, o que pode levar a uma diminuição dos recursos que poderiam ser destinados à agricultura familiar e sustentável. Apesar que boa parte do que se ouviu até hoje sobre promessa de ajuda dos países ricos não constitui novos recursos”, acrescentou. A ONG sugere que o G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) inclua a crise alimentar na pauta de sua próxima reunião, em novembro, em Cannes, na França, e se comprometa, por exemplo, a garantir investimentos às pequenas propriedades dos países pobres e a frear a especulação de terras para a produção de biocombustíveis. “O G20 tem que tomar as medidas concretas para cumprir a prioridade de combater a fome. A prioridade não pode ser salvar grupos financeiros que especulam com commodities agrícolas ao custo da fome das populações pobres. É preciso investir em pequenos agricultores que produzem alimentos para consumo local e dinamizam mercados domésticos, apoiar a criação de estoques de alimentos nacionais e regionais e controlar a especulação financeira com produtos agrícolas”, defendeu o coordenador. Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-10-10/pela-terceira-vez-brasil-lidera-ranking-de-combate-fome

domingo, 16 de outubro de 2011

“Preços dos Alimentos: da crise à estabilidade” é o tema do Dia Mundial da Alimentação

Atividades marcam Dia Mundial da Alimentação: Aproximadamente 1 bilhão de pessoas passam fome em todo o mundo. Para alertar sociedade e autoridades para essa situação, celebra-se, no domingo, o Dia Mundial da Alimentação. A data, instituída pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), já é realizada em mais de 150 países. Neste ano, o Dia Mundial da Alimentação tem como tema: “Preços dos Alimentos: da crise à estabilidade”.
Organizações e movimentos sociais de vários países já se preparam para promover atividades e mobilizações referentes à data. Na Guatemala, por exemplo, ativistas realizarão um jejum voluntário no domingo como forma de chamar a atenção sobre os efeitos da falta de alimentação adequada. Segundo informações da Procuradoria dos Direitos Humanos (PDH), somente no ano passado, 6.575 guatemaltecos e guatemaltecas morreram em consequência de problemas relacionados à fome. Entidades de outros países também preparam atividades e mobilizações. Integrantes da Articulação Continental dos Movimentos Sociais para Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) – capítulo Argentina – realizaram, na tarde desta sexta-feira, uma manifestação na Praça Congresso até o Obelisco, em Buenos Aires. A ação teve o objetivo de denunciar a mercantilização dos recursos naturais e reivindicar o direito à soberania alimentar e à vida. “Lutamos contra a cultura das sementes transgênicas e contra os processos de concentração de terra. Denunciamos também a perseguição e a repressão de nossas comunidades indígenas e camponesas que resistem ao avanço do capital privado sobre nossas terras sob o amparo e a proteção das autoridades provinciais e locais. Mobilizamo-nos em defesa de Nossa Mãe Terra e por uma reforma agrária integral, única solução efetiva para conseguir o resfriamento imediato do planeta”, destacaram na convocação. Colômbia realiza atividades referentes à data desde o início do mês. Nos dias 6 e 7, Universidad Libre promoveu o II Encontro Internacional sobre Segurança Alimentar. Na segunda-feira passada , Medellín, capital do departamento de Antioquia, sediou a Cúpula Latino-Americana de Regiões sobre Segurança Alimentar. No dia seguinte, foi a vez de Cartagena, no departamento de Bolívar, ser palco do Fórum Internacional Preços dos Alimentos: da crise à estabilidade. As atividades no país sul-americano também seguirão após o Dia Mundial da Alimentação. Na próxima quarta-feira (19), a Universidade de La Salle, em Bogotá, promoverá um Fórum sobre os Preços dos Alimentos. Entre os dias 27 e 29, será a vez do Banco de Alimentos coletar produtos alimentícios na capital colombiana. No Brasil, a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) promoverá, nos próximos dias 17 e 18, o seminário: Programas de Alimentação Escolar Sustentáveis como Estratégia e Segurança Alimentar e Nutricional e de Cumprimento do Direito Humano à Alimentação Adequada. O evento reunirá estudantes, professores e profissionais da saúde para discutir os programas de alimentação escolar. Preço dos Alimentos: da crise à estabilidade Preço dos Alimentos: da crise à estabilidade. Esse é o tema principal escolhido pela FAO para celebração do Dia Mundial da Alimentação deste ano. A ideia, de acordo com o organismo internacional, é debater a questão e buscar estratégias para aliviar os efeitos na população mais vulnerável. Segundo FAO, “entre 2005 e 2008 os preços mundiais dos alimentos básicos alcançaram seus valores máximos em 30 anos”. E é justamente a população mais pobre quem mais sofre com esse aumento. Dados do Banco Mundial revelam que, em 2010 e 2011, o aumento dos preços dos alimentos levou cerca de 70 milhões de pessoas para a pobreza extrema. - Pelo que faz aos países importadores nítidos de alimentos, os aumentos dos preços podem prejudicar os países pobres, fazendo com que resulte muito mais caro importar alimentos para sua população. No plano individual, as pessoas que vivem com menos de 1,25 USD por dia podem se ver obrigadas a saltar uma refeição quando aumentam os preços dos alimentos. Os agricultores também se veem prejudicados porque necessitam saber os preços que seus cultivos conseguirão no momento da colheita quando ainda faltam meses para isso. Se é provável que consigam preços elevados, plantarão mais. Pelo contrário, se prevê que os preços serão baixos, plantarão menos e reduzirão custos, destaca FAO em nota. Fonte: http://correiodobrasil.com.br/atividades-marcam-dia-mundial-da-alimentacao/312408/

sábado, 1 de outubro de 2011

Luta contra a obesidade: Dinamarca cria sobretaxa para alimentos que engordam

Críticos dizem que aumentos podem fazer diferença na conta final do supermercado
A Dinamarca se tornou o primeiro país do mundo a introduzir uma sobretaxa para produtos e alimentos que engordam.

A partir deste sábado, produtos como manteiga, leite, queijo, pizza, carne, óleo, azeite e alimentos processados passam a pagar mais impostos se contiverem mais de 2,3% de gordura saturada.

Segundo o jornal Copenhagen Post, um pacote de 250g de manteiga sofrerá um aumento de mais de 14%, enquanto o litro do azeite de oliva custará 7% a mais.

A medida vem gerando polêmica tanto entre consumidores - que terão de gastar mais na sua compra de supermercado - quanto entre porta-vozes da indústria.

A Federação Dinamarquesa de Alimentos e Bebidas disse que a decisão pode levar muitos cidadãos a simplesmente cruzar a fronteira e fazer suas compras na Alemanha.

Segundo correspondentes, às vésperas do aumento, a população fez compras em grandes quantidades de produtos como manteiga, queijo e azeite.

"Foi uma semana caótica, com muitas prateleiras vazias. As pessoas encheram suas geladeiras", disse à agência AFP o proprietário de um supermercado em Copenhague.

Benefício para a saúde

A taxa também não é unanimidade entre os cientistas: uma parte da comunidade científica defende que a gordura saturada não é necessariamente o maior inimigo da silhueta.

Segundo estes especialistas, mais nocivo é o excesso de sal, açúcar e carboidratos refinados (presente em alimentos como o arroz branco, macarrão, massas e outros feitos a partir de farinha de trigo refinada, como pão branco, biscoitos e bolachas).

Segundo um estudo recente da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o índice de obesidade na Dinamarca está abaixo dos índices de outros países ricos.

Em 2005, 11% da população dinamarquesa podia ser considerada obesa, enquanto a taxa de sobrepeso no país era de 45%. Entre os países da OCDE, esses números eram de 16% e 50%, respectivamente.

Para efeito de comparação, nos EUA, 34% da população são obesos; no México, 30%; no Brasil, 16%; na França, 11%; e no Japão, 3%, ainda de acordo com os números da OCDE.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/10/111001_dinamarca_gordura_pu.shtml

sábado, 20 de agosto de 2011

Vamos reduzir o sal no nosso cotidiano?

Controle de consumo de sal pode reduzir número de óbitos

A quantidade de sal consumida atualmente pela população brasileira é alarmante. De acordo com dados divulgados pelo IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os adolescentes do país consomem 70% de sal a mais do que o limite recomendável de 2,300 mg por dia. Os homens entre 19 e 59 anos ultrapassam esse número em 88,7% e as mulheres em 69,7%. O excesso de sal pode levar ao desenvolvimento de hipertensão arterial e doenças cardiovasculares e renais. Essas condições são particularmente perigosas por progredirem silenciosamente e serem de difícil diagnóstico, sendo muitas vezes identificadas somente em estágios avançados. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), se as pessoas adaptassem o seu consumo de sal às recomendações médicas, haveria uma redução considerável no número de mortes causadas a cada ano por doenças cardiovasculares. Atualmente, essas condições provocam 315 mil óbitos anuais. Uma das maiores preocupações dos médicos são os alimentos industrializados. De acordo com Carlos Alberto Machado, porta-voz da SBC, “a SBC se aliou à Anvisa para que os fabricantes de alimentos industrializados sejam obrigados a divulgar nos rótulos das embalagens alertas sempre que o produto tiver quantidade elevada de gordura saturada, gordura trans, sódio e açúcar”. Por decisão judicial, essas medidas estão temporariamente impedidas. A organização espera que em breve elas sejam validadas. A redução da quantidade de sal usada nas receitas não afeta o sabor do alimento, fato que foi debatido em reunião com o Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes (ABRASEL). “Sabemos que não há necessidade de tanto sal nos alimentos, tanto que em recente reunião com o ABRASEL, os representantes da entidade confirmaram que há uma tendência entre os associados a reduzirem o uso do sal nos alimentos servidos. Eles comprovaram que uma redução de 20% do nível de sódio não afeta nem o sabor nem a qualidade dos mesmos, que continuam tendo plena aceitação dos consumidores”, completa Machado. Dessa forma, parece não haver motivos para o excesso de sal nos alimentos. O controle do consumo desse alimento é um passo importante para a prevenção de doenças e a manutenção da boa qualidade de vida em todo o país.

Fonte: Bom Dia, Doutor. www.hebron.com.br

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Pobres comem e engordam mais, diz Minstério da Saúde

"Quase metade da população brasileira está acima do peso. E 15% é considerada obesa, segundo o Ministério da Saúde.

Números que estão diretamente relacionados com o bom momento econômico. Ganha-se mais, come-se mais. Mas o brasileiro não tem dado importância ao que se come. E é a população mais pobre que tem engordado mais.

Com a economia em alta nos últimos anos, o Brasil - em parte - se livrou do peso da miséria.Em compensação, a periferia ganhou quilos. E muitos.

Os excessos estão na cara, na cintura e nos quadris, principalmente entre as mulheres. O brasileiro - mesmo de baixa renda - come cada vez mais. O que não quer dizer que coma melhor.

A principal causa desse descompasso é falta de informação. E na hora que a pessoa vai empregar o dinheiro que ela está recebendo, começa a comprar coisas erradas como: fast food, comidas industrializadas, entregas em casa, sem pensar no que é mais saudável, segundo os médicos.

Uma pesquisa de orçamento familiar do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que, entre os 20% mais pobres, havia apenas 5,5% de homens acima do peso em 1974. Em 2009, são quase 37%. Entre as mulheres, eram 14% de gordinhas. Agora, são 45%.
As consequências aparecem nos hospitais públicos, onde casos de diabetes, hipertensão e problemas cardíacos aparecem com mais frequência. Exemplos que se configuram no aumento de 150% de cirurgias bariátricas na rede pública, nos últimos sete anos."

Fonte: http://www.portalcorreio.com.br/noticias/matLer.asp?newsId=192557

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Mulher, amamente seu filho: você e ele só têm a ganhar


Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/flash/fanpage_amamentacao_2011.html

Estamos compensando as tristezas com a comida?

Aumento de obesidade pressiona governos de países emergentes
Pablo Uchoa - Da BBC Brasil em Londres
Aumento de população acima do peso será assunto de cúpula da ONU
Governos de países emergentes estão sendo impelidos a adotar medidas para combater o avanço da obesidade, que atingiu níveis alarmantes em economias em rápido crescimento nas últimas três décadas.

Dados inéditos da Organização Mundial de Saúde (OMS) obtidos com exclusividade pela BBC Brasil confirmam que, assim como o rápido crescimento do PIB (Produto Interno Bruno), o sobrepeso e a obesidade dispararam em países como China, Índia, África do Sul, Brasil e México.

obesidadeNotícias relacionadasMais pobres comem poucas verduras; ricos bebem mais cerveja, diz IBGENúmero de diabéticos mais que dobra desde 1980, diz estudoOCDE alerta para aumento de obesidade em países em desenvolvimento
Tópicos relacionadosSaúde, InternacionalConhecidos no passado por dificuldade em alimentar suas populações, estes países hoje se debatem com problemas de natureza oposta - em um fenômeno que especialistas chamam de "dupla carga".

"A forma com que calculamos o desenvolvimento econômico é simplesmente uma medida do quanto consumimos - então o quanto mais você consume, mais rico você é... e é claro que isso é ruim para ganho de peso", disse à BBC Brasil SV Subramanian, professor de Saúde da População e Geografia da Universidade de Harvard.

No mês que vem, líderes mundiais se encontrarão na primeira cúpula de alto nível da ONU sobre doenças não-transmissíveis, que incluem obesidade, e serão exortados a adotar medidas de controle e regulamentação sobre a indústria alimentícia, assim como sistemas para identificar potenciais complicações de saúde em estágio inicial.

Epidemia de obesidade

A prevalência da obesidade aumentou em países emergentes de forma muito mais rápida que a renda, e mais rápida do que em países desenvolvidos, ao longo das três últimas décadas.

Na China, estima-se que 100 milhões de pessoas sejam obesas, comparado a 18 milhões em 2005.

No Brasil a obesidade cresce mais rapidamente entre as crianças. Cerac de 16% dos meninos e 12% das meninas com idades entre 5 e 9 anos são hoje obesas no país, quatro vezes mais do que há 20 anos.

Um em cada sete adultos mexicanos está acima do peso, proporção que fica atrás apenas dos EUA entre as principais economias do mundo.

A África do Sul, por sua vez, tem um índice de obesidade mais alto que o dos EUA - com um PIB que é um oitavo do americano.

"Vimos um aumento dramático nos níveis de obesidade em países emergentes, e este índice parece estar crescendo mais rapidamente e em meio a níveis mais baixos de PIB do que na Europa ou nos EUA há 20 ou 30 anos", disse Tim Lobstein, da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade (Iaso).

Embora especialistas vejam uma clara relação entre o aumento da obesidade e o crescimento da riqueza, há outros fatores para o crescimento tão rápido.

"Vimos um aumento dramático nos níveis de obesidade em países emergentes, e este índice parece estar crescendo mais rapidamente e em meio a níveis mais baixos de PIB do que na Europa ou nos EUA há 20 ou 30 anos"

Tim Lobstein, da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade
O primeiro relatório da OMS sobre doenças não-transmissíveis, publicado em 2010, afirma que não apenas a obesidade, mas também outras "epidemias" como diabetes, câncer e doenças cardiorespiratórias e cardiovasculares, estão relacionadas a mudanças da vida contemporânea.

"Doenças não-transmissíveis são causadas, em grande parte, por fatores de risco comportamentais que são relacionados a transição econômicas, urbanização rápida e estilos de vida típicos do século XXI: consumo de tabaco, dieta insalubre, atividade física insuficiente e consumo abusivo de álcool", diz o relatório.

Economia da nutrição

No caso de países emergentes, diz Tim Lobstein, a mudança mais importante é a assim chamada "transição da nutrição", de uma dieta com alimentos básicos para uma dieta modernisada, que consiste em alimentos de nível energético muito maior.

"Isso significa menos frutas e verduras, ou menos alimentos básicos como arroz e grãos, e mais gorduras, e açúcar e óleo. Estes vêm particularmente sob a forma de fast-food, refrigerantes", diz ele.

A demanda por calorias acessíveis e produzidas em massa disparou em países emergentes, particularmente dentro das classes emergentes, que hoje podem gastar mais de sua renda em comida.

Mas o professor Subramanian afirma que a obesidade é um fenômeno que afeta principalmente as classes mais privilegiadas em países de renda baixa e média, e até em economias emergentes.

Em um estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition, sua equipe de pesquisadores das universidades de Harvard e Bristol pesquisaram dados de cerca de 530 mil mulheres adultas de 54 países de renda média e baixa.

Eles afirmam que, apesar de a obesidade ter aumentado na maioria dos países tanto entre os 25% mais ricos quanto entre os 25% mais pobres da população, o Índice de Massa Corporal (IMC) - medida do peso de uma pessoa que leva em conta a sua altura - aumentou mais nos setores mais ricos.

"Apesar do aumento do IMC não estar mais confinado a países de alta renda, o aumento continua concentrado entre pessoas de renda mais alta em países de renda baixa e média", diz o estudo.

A Índia é um exemplo clássico de país que combina enormes desafios na área de nutrição entre sua população mais pobre, com alguns dos piores efeitos da obesidade sentidos nas classes médias.

Apesar de ter um dos menores índices do mundo - 1% em homens e 2% em mulheres em 2008, de acordo com a OMS - a Índia tem cerca de 50 milhões de pessoas com diabetes, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes.

O país fica atrás apenas da China (onde estima-se que 92 milhões de pessoas sofram de diabetes), mas especialistas estimam que os números da Índia sejam bastante subestimados.

Regulamentação coordenada



Mercado na China: mudança de hábitos alimentares também é responsável por fenômeno
Tim Lobstein argumenta que o aparente paradoxo está ligado às "políticas de produção e distribuição de alimentos".

"Hoje em dia (essas políticas) são governadas por forças de mercado, e essas forças não necessariamente promovem a saúde. Elas promoverão ingredientes mais baratos e comida processada para distribuição onde houver mercado", diz ele.

"As companhias que estão saturadas no mercado em desenvolvimento examinam agora como podem entrar em economias de renda mais baixa e ainda conseguir lucro".

Quando líderes mundiais se encontrarem por dois dias na cúpula da ONU sobre doenças não-transmissíveis a partir de 19 de setembro, organizações de saúde pressionarão por regulamentações para controlar a quantidade de gordura, açúcar e sal em alimentos processados.

Entidades como a NCD Alliance também pedirão a adoção de medidas para aumentar o nível de atividades físicas, para impedir estilos de vida sedentários.

"Esperamos que a reunião da ONU aumente a visibilidade de doenças não-transmissíveis, ao mostrar que não se trata apenas de um assunto de saúde, mas envolve também a cadeia de produção alimentar", afirmou uma representante do Ministério da Saúde do Brasil, Deborah Malta, à BBC Brasil. "Precisamos de políticas públicas e regulamentações não apenas para a indústria alimentar, mas também para tabaco, álcool e um número cada vez maior de setores".

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/08/110808_obesidade_abre_ji.shtml

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Alimentos gordurosos diminuem tristeza

Muitas pessoas, quando estão chateadas, conseguem encontrar conforto emocional em alimentos calóricos e gordurosos. Uma pesquisa desenvolvida na Bélgica encontrou novas informações sobre a relação entre a tristeza e a vontade de comer. Em um experimento, pesquisadores pediram que 12 pessoas saudáveis e com peso adequado fizessem jejum durante 12 horas, tivessem tubos de alimentação conectados aos seus estômagos e fizessem ressonâncias magnéticas de 40 minutos de duração. Durante as ressonâncias, os cientistas tocaram músicas e mostraram imagens (todas tristes ou neutras) para os participantes. Os cientistas também administraram uma solução através dos tubos. Metade dos participantes recebeu 250 ml de ácido dodecanóico (um ácido graxo) e a outra metade recebeu um líquido salino. Em quatro diferentes momentos da ressonância, os pacientes indicaram através de uma escala de 9 pontos os seus níveis de fome, satisfação (se estavam com o estômago cheio), náusea e também classificaram seus humores. Apesar de as reações dos participantes dos dois grupos não terem se diferenciado quanto a fome, náusea e satisfação, as pessoas que receberam a solução de ácido graxo tiveram respostas negativas menores a emoções tristes. Os resultados mostraram também que os participantes sentiam mais fome quando os pesquisadores incentivavam emoções tristes. E enquanto tristes as pessoas diziam sentirem mais fome do que quanto estavam emocionalmente neutras. Os pesquisadores acreditam que o estudo pode fornecer mais informações sobre problemas como a obesidade e a depressão e também sobre distúrbios alimentares. A pesquisa foi publicada na edição de agosto do periódico Journal of Clinical Investigation.

Fonte: Bom Dia Doutor - www.hebron.com.br

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Um painel da dieta do brasileiro

Mais pobres comem poucas verduras; ricos bebem mais cerveja, diz IBGE
Júlia Dias Carneiro - Da BBC Brasil no Rio de Janeiro
Dados são de pesquisa que apura o que a população brasileira come e bebe no dia-a-dia
Brasileiros de menor renda comem menos frutas e verduras do que a população de maior renda, enquanto esta consome mais cerveja, pizza, refrigerantes e salgadinhos do que os segmentos mais pobres, segundo aponta levantamento divulgado nesta quinta-feira pelo IBGE.

Os dados são da pesquisa de Consumo Alimentar Pessoal no Brasil, realizada pela primeira vez pelo IBGE, para estimar o que a população come e bebe no cotidiano.

Notícias relacionadasUnicef faz 1ª entrega de alimentos a crianças vítimas da seca na SomáliaBritânica que passou 3 anos comendo arroz vence alergiaMenor produção de açúcar no Brasil ‘influencia alta dos alimentos no mundo’Tópicos relacionadosBrasil, SaúdeOs resultados, parte da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, indicaram como a diferença de renda influi sobre a dieta de ricos e pobres.

Entre os 25% de brasileiros com menor renda per capita (R$ 241), produtos naturais como arroz, feijão, farinha de mandioca e preparações à base de milho são mais ingeridos que entre os mais ricos, mas frutas e verduras têm participação menor.

Nesta faixa, por exemplo, apenas 8,9% dos brasileiros tiveram salada crua no cardápio nos dias da pesquisa, número que pulou para 23,7% na faixa de maior renda.

Renda

O consumo de frutas e verduras aumenta conforme a renda, assim como o de produtos como leite desnatado e queijo. No caso do último, o consumo é mais do que cinco vezes maior entre os 25% mais ricos.

Nesta faixa mais alta de renda (com R$ 1.089 de renda per capita), porém, também há forte presença de alimentos considerados marcadores negativos da qualidade da dieta.

Entre os mais ricos, 31,2% tomaram refrigerantes nos dias em que foi realizada a pesquisa (contra 14,4% dos mais pobres); 18,4% comeram salgadinhos fritos e assados (contra 8,6%); e 5,6% tomaram cerveja (contra 1,3%).

No geral, o consumo de cerveja e bebidas destiladas é cinco vezes maior entre homens do que entre mulheres.

A base para a estimativa foi um levantamento de todo o consumo individual de brasileiros de 10 ou mais anos de idade durante dois dias aleatórios. Eles listaram tudo o que efetivamente comeram e beberam, do chocolate ao cafezinho, em casa ou fora.

O café é a bebida mais consumida pelo brasileiro, que toma, em média, mais de 200ml do produto por dia – o equivalente a uma xícara grande.

Carências e excessos

O consumo médio revelou carências e excessos em larga escala. Quantidades excessivas de gordura são ingeridas por 82% da população, e de açúcar, por 61%. Já em relação ao sódio, mais de 70% das pessoas consomem mais sódio do que o tolerável, confirmando o alto consumo de sal, o vilão da hipertensão.

Por outro lado, na dieta do brasileiro há carência de fibras, cálcio e vitaminas. Na população de 19 a 59 anos, o consumo diário insuficiente de cálcio atinge 83% dos homens e 90% das mulheres. Já entre as pessoas com 60 anos ou mais, a carência da vitamina E atingiu 100% para ambos os sexos, e a falta de vitamina D chegou a 99%.

Entre os adolescentes (10 a 19 anos), faixa etária em que os problemas do excesso de peso e da obesidade vêm se agravando, os hábitos corroboram a tendência. Quase 50% fizeram uma refeição ou um lanche fora de casa no dia da pesquisa.

Entre os itens mais consumidos na rua, eles citaram batata frita, pizza, refrigerantes e salgadinhos fritos, assados ou industrializados.

Segundo a pesquisa, 40% dos brasileiros comem fora de casa em algum momento do dia, mas aqui, também, a frequência cresce com a renda. Enquanto na faixa mais pobre o hábito apareceu entre 32% das pessoas, entre os mais ricos o hábito foi reportado por mais de metade dos pesquisados.

Fonte:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/07/110728_ibge_comida_jc.shtml

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Benefícios do óleo de pequi

Óleo de pequi usado no tratamento de doenças cardiovasculares
Pesquisadores da Universidade de Brasília analisaram ao longo de dez anos as propriedades do pequi, fruto típico do cerrado brasileiro, e desenvolveram um produto com efeitos fitoterápicos que ajuda a evitar a formação de placas de gordura nos vasos sanguíneos, o que diminui os riscos de problemas cardíacos. O óleo de pequi será comercializado em forma de cápsulas, e a previsão de entrada no mercado é no próximo ano. Ele fica classificado na categoria nutracêuticos, uma posição que o coloca entre um alimento e um remédio. "É um produto que incrementa as funções fisiológicas, revigorante e que vai além de um alimento", explica o biólogo Cesar Koppe Grisolia, autor da pesquisa. "O que desenvolvemos tem tanto propriedades nutracêuticas como fitoterápicas, mas vamos registrar na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) apenas na primeira categoria, porque o processo é mais simples e barato". O pequi é altamente nutritivo, rico em vitaminas e sais minerais e compostos antioxidantes, que capturam radicais livres, moléculas nocivas formadas nos organismos. “Para que as pessoas possam fazer uso de suas propriedades, desenvolvendo cápsulas de extrato da polpa e outras de óleo de pequi", conta o biólogo. Outro benefício trazido pelo produto é a capacidade de exploração sustentável, que pode trazer renda à população das regiões de onde serão retirados os frutos, preservando o pequizeiro, árvore ameaçada de extinção.
Fonte: Bom dia, doutor - www.hebron.com.br

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Obesidade e distribuição de gordura

A distribuição de gordura é importante na obesidade

Um estudo apresentado no Encontro Anual da Sociedade Internacional para Ressonância Magnética em Medicina de 2011, mostra que em indivíduos obesos, a distribuição do tecido adiposo, tanto no corpo quanto no fígado e no músculo esquelético, é um importante preditor da sensibilidade à insulina.

"A partir desses achados, o índice de massa corpórea isoladamente parece não ser uma boa medida para a obesidade em termos de alterações metabólicas", disse Jürgen Machann, Dipl. Phys., da Seção Experimental em Radiologia do Hospital Universitário de Tübingen, na Alemanha. "Parece haver uma forma benigna de adiposidade. Quanto menor a gordura no corpo, melhor para o estado metabólico, expresso pela sensibilidade à insulina", disse ele.

O estudo incluiu 144 voluntários obesos, dos quais 90 eram do sexo feminino e 54 do sexo masculino, com média de idade de 47 e 44 anos, respectivamente. Todos os indivíduos tinham risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 índices de massa corporal entre 33 e 35 kg/m2 .

A quantificação dos diferentes compartimentos de tecido adiposo foi realizada através de imagens de ressonância magnética ponderadas em T1, enquanto a espectroscopia com voxel único foi utilizada para determinar lipídios ectópicos no fígado e no músculo esquelético.



As medidas de tecido adiposo incluíram tecido adiposo total; tecido adiposo visceral; tecido adiposo subcutâneo abdominal; tecido adiposo dos membros inferiores, medido a partir dos pés até a cabeça do fêmur; e do tecido adiposo dos membros superiores, medido desde a cabeça do úmero às pontas dos dedos.

O pós-processamento foi realizado através de um procedimento de segmentação semi-automático. No total, entre 100 e 120 imagens foram geradas por paciente, cada qual levou cerca de 20 minutos, disse o Dr. Machann.

Os indivíduos foram divididos em 2 grupos, após um teste oral de tolerância à glicose, em sensíveis à insulina ou resistentes à insulina.

Apesar de não haver diferenças significativas entre os grupos em termos de índice de massa corpórea, percentual de tecido adiposo total (entre 37% e 49%), ou percentual de tecido adiposo subcutâneo abdominal (entre 14% e 20%), os indivíduos que eram resistentes à insulina tiveram maior porcentagem de tecido adiposo visceral em comparação com indivíduos sensíveis à insulina - uma diferença que por pouco não atingiu significância estatística (5,2% versus 5,9%, p = 0,07) no sexo masculino, mas foi significante no sexo feminino (3,3% versus.3.9%, p = 0,02), disse o Dr. Machann.

Por outro lado, os indivíduos sensíveis à insulina tiveram maior percentual de tecido adiposo em extremidades inferiores em comparação com indivíduos resistentes à insulina (14% versus.12% com p = 0,04, nos homens e 20% versus 18% com p = 0,002, em mulheres).

Os resultados para o tecido adiposo na parte superior do corpo são menos claros com as mulheres resistentes à insulina, mostrando porcentuais significativamente maiores do que aquelas sensíveis à insulina, embora os homens resistentes à insulina apresentam percentagens ligeiramente inferiores àqueles sensíveis à insulina.

Os lipídeos hepáticos estão mais do que dobrados em homens e mulheres com resistência à insulina em comparação com indivíduos sensíveis à insulina (p < 0,001 para ambos), relatou Dr. Machann.

A adiposidade "benigna" parece ser caracterizada por diminuição dos níveis de lipídios hepáticos e quantidades aumentadas de tecido adiposo nas extremidades inferiores, concluiu o investigador alemão.

"Isso reflete as bem conhecidas formas de maçã e pera, mas temos que reconhecer que há mesmo 'homens peras' e 'mulheres maçãs'", disse ele.

As conclusões ressaltam o papel importante que a imagem pode desempenhar na prática clínica diária, disse Scott Reeder, MD, PhD, um dos moderadores da sessão, professor adjunto e chefe das seções de ressonância magnética e imagem cardiovascular da Escola de Medicina e Saúde Pública da Universidade de Wisconsin em Madison.

"Eu acho que essa é uma coisa razoável que devemos pesquisar no futuro, uma vez que vêm surgindo novas técnicas, que podem fazer essa análise rapidamente", disse ele em entrevista.

"Se há alguma preocupação com o peso ou com o índice de massa corpórea do paciente, poderia se buscar uma resposta mais precisa através das imagens ", disse Dr. Reeder. Anteriormente, levaria muitas horas para segmentar todas as áreas e para medir a gordura visceral versus subcutânea, mas agora há formas mais automatizadas de se fazer isso. Assim, por exemplo, com apenas alguns minutos de exame e, em seguida, de segmentação automática, pode-se prontamente obter a resposta, o que realmente abaixa o custo. É rápido, não-invasivo e é barato. "

Dr. Machann e Dr. Reed não revelaram relações financeiras relevantes.

International Society for Magnetic Resonance in Medicine (ISMRM) 2011 Annual Meeting: Abstract 739. Presented May 13, 2011

Freelance writer, Montreal, Canada

Fonte: http://www.medcenter.com/Medscape/content.aspx?id=29656&langtype=1046

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Hepatites virais - Seleção para Projeto de Extensão

AMBULATÓRIO DE HEPATITES NO COMPLEXO HOSPITALAR DE DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS DR. CLEMENTINO FRAGA

Projeto 57 do Programa de Extensão da UFPB

Data seleção: 6a feira, dia 20 de maio 9.30 h , sala 102 do CCS

Coordenadora: Maria de Fátima Duques de Amorim

Estudantes:

1.Curso de Medicina (já tendo cursado ou cursando a disciplina Gastroenterologia)

2. Curso de Nutrição (já tendo cursado ou cursando a disciplina Fisiopatologia da Nutrição)


Para a seleção:


a) Estudo de uma cartilha q a PRAC fornece (informe-se na Assessoria de Extensão do CCS) -
b). Algumas questões sobre hepatites crônicas B e C tais como:

1. Prevalência das hepatites crônicas B e C no Brasil e no mundo
2. Conseqüências clínicas das hepatites crônicas B e C
3. Alterações nutricionais decorrentes da infecção crônica por virus B e C das hepatites
4. Medidas preventivas e políticas públicas atuais no Brasil quanto às hepatites crônicas B e C
5. Importância da abordagem integrada das hepatites crônicas B e C e impacto na saúde pública local

Consultar: site do Ministério da Saúde (sobre Hepatites Virais) na net; Gastroenterologia - Dani; Nutrição - Krause; Nutrição - Augusto; site do Grupo Otimismo (ONG): www.hepato.com
.

Fala o "Vigilantes do Peso"

Sistema de contagem de calorias é ultrapassado, dizem Vigilantes do Peso

Pessoas que desejam perder peso não deveriam basear sua dieta em contagens de calorias presentes nos alimentos, segundo a organização Vigilantes do Peso.

A entidade diz que a caloria, uma medida de energia usada há dois séculos, é um indicador ultrapassado para medir com precisão a quantidade de energia que extraímos dos alimentos.

Falando à BBC, uma nutricionista da organização disse que o problema desse sistema é que ele não leva em conta a quantidade de energia usada pelo organismo para digerir a comida.

Zoe Helman disse, por exemplo, que o corpo gasta até 25% das calorias contidas em um bife para digeri-lo.

"Mas quando você come uma porção de manteiga, praticamente toda a energia presente no alimento é absorvida pelo organismo", explicou.

Os Vigilantes do Peso dizem ter criado um novo programa de emagrecimento que incorpora descobertas científicas recentes e leva em conta características individuais, como sexo, idade, peso e altura.

Outros especialistas admitem que a caloria é uma medida aproximada, mas argumentam que diminuir o consumo de calorias é um maneira simples e efetiva de perder peso.

Histórico

A caloria é uma medida de energia. Uma caloria equivale à quantidade de calor necessária para se elevar em um grau centígrado a temperatura de um grama de água.

A tabela de calorias em que fabricantes de alimentos se baseiam para informar o consumidor sobre valores calóricos de produtos foi criada pelo químico americano Wilbur Atwater na segunda metade do século 19.

Em seus experimentos, Atwater queimou diferentes tipos de alimentos e mediu a quantidade de energia gerada.

Depois, ele calculou a quantidade de energia - ou de alimento não digerido - presente em excrementos humanos e restos de comida.

Após comparar os valores energéticos presentes nos dois grupos, ele concluiu que cada grama de carboidrato produz quatro calorias, cada grama de gordura produz nove e cada grama de proteína produz quatro calorias.

O Custo Energético da Digestão

Com base em estudos recentes, alguns especialistas argumentam, no entanto, que os cálculos feitos por Atwater apresentam uma margem de erro de até 25% e que portanto não são confiáveis.

Um desses especialistas é o nutricionista e consultor em dietas Geoffrey Livesey, ex-pesquisador da unidade de nutrição do Medical Research Council da Grã-Bretanha.

Segundo Livesey, a textura da comida, a quantidade de fibras que ela contém e a forma como é cozida afetam a quantidade de energia que o corpo consegue retirar do alimento.

Até o processo de mastigar o alimento gasta energia e, portanto, calorias, ele explica.

A regra básica é, quanto mais proteína ou fibra um alimento contém, mais trabalho é necessário para digeri-lo. Ou seja, menos energia sobrará para o organismo.

"Quando você considera que as calorias vêm sendo usadas como única medida para a compreensão do impacto dos alimentos na perda de peso por quase 200 anos, apesar dos imensos avanços na ciência nutricional, você percebe quão ultrapassada a contagem de calorias é".

'Consciência Calórica'

Mas nem todos os especialistas da área defendem a ideia de abolir a caloria como um referencial.

A chefe do departamento de nutrição do Medical Research Council, Susan Jebb, disse que a diferença é pequena.

"Quando se trata de aconselhar o público e levar as pessoas a comer menos calorias, não estou certo de que isso (abolir o uso da caloria como um referencial) seria útil".

"Se você está tentando perder peso, tem de estar consciente das calorias - e não contando as calorias o tempo todo".

Gaynor Bussell, nutricionista e porta-voz da British Dietetic Association, diz que o que importa é comer de forma saudável e acrescenta que isso não é uma ciência exata.

"O importante é comer menos calorias para que o corpo fique com um balanço de energia negativo (ou seja, gaste mais energia do que a que consome). Como você calcula isso, não importa".

Uma Nova Proposta

Com seu novo programa de dieta para emagrecimento, a organização Vigilantes do Peso diz estar incorporando estudos científicos recentes para criar um sistema mais preciso do que a contagem de calorias.

O programa, batizado de ProPoints, cria dietas que levam em consideração características individuais dos participantes.

Além disso, os alimentos são divididos em quatro grandes categorias - proteínas, gorduras, carboidratos e fibras.

Frutas e a maioria dos legumes e verduras têm zero ProPoints, ou seja, segundo o programa, esses alimentos podem ser consumidos à vontade.

O sistema é baseado na "quantidade de energia que está disponível em um alimento após você comê-lo", diz a organização.

Com base nas declarações dos vários especialistas ouvidos pela BBC, fica claro que não há um consenso.

Vale lembrar, no entanto, que a agência de ONU para agricultura e alimentação, FAO, estudou o assunto há alguns anos e decidiu que mudar a forma como calorias são calculadas envolveria muitos transtornos e dinheiro - para ganhos marginais.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/11/101101_vigilantes_peso_caloria_mv.shtml
Fonte da foto:www.reidaverdade.com

Site do Vigilantes do Peso: http://www.vigilantesdopeso.com.br/index.aspx

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Centro Acadêmico Emílio Ribas faz campanha para regulamentar a publicidade e propaganda de alimentos

Estamos recolhendo assinaturas, por meio de um abaixo-assinado, para regulamentar a publicidade e propaganda de alimentos, fórmulas infantis e de nutrição enteral e parenteral em ambientes acadêmicos relacionados aos cursos de Nutrição.

Este abaixo-assinado será enviado ao Conselho Federal de Nutricionistas e aos Ministérios da Saúde e da Educação

Se também for contra essa prática nos cursos de Nutrição, assine e nos ajude a divulgar.

http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N9540

Abraços,

Centro Acadêmico Emílio Ribas
Nutrição - FSP - USP
Av. Dr. Arnaldo, 715 São Paulo-SP
Fone/Fax: (11) 3061-7725
[www.caemilioribas.wordpress.com]

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Jornal Brasil de Fato: entrevista sobre a crise alimentar

“A comida entrou na roda financeira”

Spensy Pimentel
Desinformémonos

* Entrevistas

Para Walter Belik, especulação e irresponsabilidade dos governos neoliberais levou a crise que ainda deve durar vários anos

O índice da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) que monitora, desde 1990, os preços internacionais de alimentos chegou a um recorde em fevereiro deste ano, alcançando 236 pontos. Em março, ele voltou a cair, após oito meses de altas. A queda foi de 2,3% em relação ao mês anterior, mas o índice ainda está 37% do nível de março de 2010.

No mundo do jornalismo atual, uma notícia desse teor pode parecer algo abstrata e sem sentido, mas bilhões de pessoas em todos os continentes têm percebido em sua vida cotidiana, nos últimos anos, os efeitos de uma alta generalizada nos preços da comida.

Aqui e ali, são esboçadas explicações suspeitas, como quebras de safra em determinadas regiões, flutuações do preço do petróleo e até o aquecimento global. Frequentemente, o deus Mercado é culpado por essa inflação. Mas, o que realmente está acontecendo? Para entender melhor o fenômeno, procuramos Walter Belik, professor do Instituto de Economia da Universidade de Campinas.

Belik pertence a uma linhagem de intelectuais que não goza de grande prestígio nestes tempos de hegemonia do mercado financeiro. Ele se dedica a pensar a alimentação humana e a idéia de segurança alimentar. A inspiração vem do brasileiro Josué de Castro, a cuja obra faz constante menção o trabalho dele e seus parceiros – gente como José Graziano da Silva, hoje representante regional da FAO para a América Latina. Dez anos atrás, junto com Graziano, Belik coordenou o projeto Fome Zero, adotado como parte do programa de governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Na entrevista a seguir, Belik defende a tese de que não faltam alimentos no mundo – o verdadeiro problema que tem gerado a alta dos preços é, segundo ele, a inação dos governos nacionais, nos últimos anos, permitindo que se perdesse de vista a necessidade de monitorar preços e manter estoques, a fim de não prejudicar a vida de bilhões.

Desinformémonos - Vivemos uma “crise alimentar mundial”?

Walter Belik - Concordo em termos, porque essa expressão tem sido usada pelos dois lados, temos que tomar um pouco de cuidado. Muita gente quer dizer que há uma crise de oferta, mas não há. O que há é uma crise provocada pela alta dos preços dos alimentos, então isso impacta na demanda, você tem populações que não conseguem consumir em função da alta dos preços dos alimentos.

Você tem várias motivações para puxar essa bandeira da “crise dos alimentos” pelo lado da oferta, que acho que é importante retomar. Essa ideia acabou dando muito combustível para aqueles que levantam uma teoria que é quase um neomalthusianismo, de que existe uma incapacidade do mundo de garantir a oferta de alimentos – por vários fatores, como o crescimento da demanda, por exemplo. Dizem: a China está crescendo 13% ao ano. Enquanto os chineses se subalimentavam conseguíamos equacionar o problema, mas agora que a China começa a crescer, isso complica Dizem o mesmo incluindo o Brasil, a Índia, países em desenvolvimento em geral.

Existe uma outra vertente que, junto com os ambientalistas (que, na minha opinião, ingenuamente entram nessa discussão), diz que o problema é com os biocombustíveis, que estão deslocando a produção agrícola e consequentemente fazendo faltar alimento. Neste caso, é uma meia verdade.

Há quem diga, ainda, que estamos precisando de uma nova revolução tecnológica, porque vai faltar alimento, precisamos melhorar a produtividade, porque está caindo etc. Quem defende essas posições é o pessoal dos transgênicos. Dizem que precisamos de um novo paradigma tecnológico, a transgenia, que não adianta mais seguir nos passos da revolução verde (melhoramento genético, dignificação da agricultura). É uma vertente complicada e é preciso pensar um pouco antes de defender essas coisas.

Então, há várias vertentes que tentam atacar a questão pelo lado da oferta, dizendo que não vai ter alimento. O que está por trás desta ideia? A ideia de que os governos têm que dar mais subsídio, têm que fechar seus mercados, não podem deixar exportar livremente, senão falta alimento, têm que investir mais na agricultura. É um viés fisiocrático, ruralista, de querer mostrar que a agricultura precisa ser mais prestigiada, e isso é muito perigoso.

Não faltam alimentos no mundo

Os preços subiram muito rapidamente em função de outros fatores, que não têm a ver com falta de oferta. Muito pelo contrário, existe uma oferta que vem crescendo de forma bastante constante ao longo do tempo. Inclusive em 2008 [ano em que os preços dos alimentos chegaram a pico histórico, agora novamente atingido], que não foi um ano ruim para a agricultura, houve apenas alguma frustração de safra em alguns países: a seca na Austrália, o problema do açúcar na Índia, o da soja na Argentina, alguns problemas na Rússia, algumas frustrações, mas é absolutamente normal que todo ano algum país do mundo tenha um problema de frustração de safra.

Vemos, então, que não é um problema de falta de oferta, é um problema de que os preços estão sendo puxados por outros fatores, que estão além da produção agrícola. Essa alta dos alimentos está levando a que um grande contingente da população não consiga consumir, e aí nós estamos falando de países que já vinham sofrendo problemas econômicos – países africanos, alguns países da Ásia (Paquistão, Bangladesh, Mianmar), todos bastante complicados do ponto de vista de poder aquisitivo. Então, existe um problema de demanda, que faz com que a gente possa dizer que existe uma crise do alimento, sim.

Então, por que os preços dos alimentos estão subindo?

Visto isso, o que está pressionando a alta dos preços dos alimentos? Em primeiro lugar, um certo nervosismo do mercado em função da crise financeira, principalmente, além de alguns problemas geopolíticos que fazem com que o preço do petróleo continue subindo (aliás, o petróleo hoje está a US$ 105 e está subindo violentamente em função dos conflitos políticos nos países árabes, mas, em 2008, estava a US$ 75,8, já tinha subido no momento anterior).

Há, sobretudo, esse problema da especulação com commodities, que faz com que os alimentos virem ativos. A comida entra na roda financeira como qualquer outro ativo e perde o status de alimento, de uso, passa a ser só um elemento de troca.

Em segundo lugar, o que eu acho mais grave, os países abriram mão de formar estoques reguladores. Antigamente, quando se começava a pressionar muito a alta dos preços, os estoques reguladores entravam para minimizar essa alta, os países lançavam mão dos estoques, colocavam no mercado e seguravam a alta. Então, se é um problema sazonal, de quebra de safra, tudo bem, há estoques reguladores que entram. Agora, os países abriram mão de ter isso.

Por quê? Em função de 15 anos de neoliberalismo. Para que formar estoques reguladores? Do ponto de vista neoliberal, estoques reguladores, em primeiro lugar, são uma forma de intervenção do Estado nos mercados, então o Estado não pode gastar dinheiro comprando produtos agrícolas. Mesmo porque, num cenário de abertura comercial, de queda de barreiras, se o preço aumenta em um país, esse consumidor, esse comprador desse país, pode comprar no país vizinho, uma vez que estamos vivendo uma perspectiva de integração de mercados, de globalização.

Todo esse ideário se mostrou uma bobagem, porque os países não acumularam estoques e, na primeira crise que aconteceu, quem necessitava de alimentos para consumo alimentar teve que comprar os alimentos nos países vizinhos a preços de mercado, repassando esse preço para o mercado interno.

Especulação financeira

Tirando essa questão de os países não acumularem estoques, não há nenhum motivo real que justifique uma crise, não existe escassez. Ao contrário do que muitos defendem, de que a crise é porque está faltando alimento, não é isso, não está faltando alimento. Mesmo os países que cresceram rapidamente, como a China, aumentaram sua produção agrícola de uma forma muito grande. Então, esses países estão dando conta da coisa. Aliás, quando você compara a produtividade da agricultura, o rendimento agrícola, e os aumentos de áreas, todos continuam crescendo a taxas superiores ao aumento da população. O que acontece é que os rendimentos [dos trabalhadores] não estão crescendo a taxas cada vez maiores, mas sim a taxas talvez cada vez menores, mas ainda muito acima do crescimento da população.

O Milho

O México abdicou de ter uma soberania alimentar em nível nacional. No momento em que foi feito o Nafta, o México, que não tinha competitividade para produzir milho e não tinha capacidade para atender a toda a população, acabou abrindo as fronteiras de uma forma totalmente indiscriminada para o milho norte americano. O que aconteceu com a questão do biocombustível? Só o anúncio do Bush de que iria multiplicar por 4 ou 5 a produção de etanol do milho para mistura na gasolina já provocou uma alta enorme no preço do milho no México – porque com essa integração de mercado você cria um sistema de vasos comunicantes.

E, quando a crise estourou, não só o México deixou de receber milho, como uma parte da produção mexicana foi desviada para atender à demanda norte americana. E aí se comenta muito sobre o fato de que basicamente o milho utilizado para ração e para produção de etanol seria o milho amarelo, e o milho para tortilha seria o milho branco. Esse milho branco, um produto absolutamente alimentar, cujos rendimentos industriais são baixos, começou a ser utilizado para produção de etanol e para especulação. É um exemplo acabado dessa situação de falta de estoques reguladores, falta de um padrão de intervenções mais consistentes que garanta a alimentação da população. Não aconteceu só com o México, foi com a Guatemala, Honduras, vários países da América Central.

Revoltas Árabes

Sim, há o aumento de preços da comida, a inflação é um componente importante na insatisfação popular, mas a coisa começou a se manifestar muito mais em função da crise financeira, que fez crescer o endividamento desses países, provocando corte de gastos públicos, desemprego. Agora, nessas situações desses países, o suprimento de alimentos começa a ficar complicado. Isso acontece em todo momento de agitação social, o preço do alimento sobe.

O futuro

Todo mundo concorda que essa crise não é passageira, é uma crise que vai perdurar durante mais alguns anos. Há uma tendência de altas dos preços dos alimentos que, ainda estão muito colados à questão das outras commodities. Acho que vamos ter de conviver com isso ao longo dos próximos anos. De certa forma, o alimento ainda é barato, houve um barateamento generalizado dos alimentos. Isso talvez comece a reverter. Talvez o alimento, como um bem necessário para a saúde da população, comece a ser um pouco mais valorizado.

É curioso, por exemplo, que, agora na reunião do G20, o Sarkozy propôs um maior controle no preço dos alimentos, inclusive [com formação de] estoques. Houve uma grita generalizada. É uma posição correta. O mundo todo, quando acabou a 2a Guerra Mundial, viveu uma crise de alimentos, porque essa guerra abalou a economia de uma forma muito profunda, a Europa ficou arrasada, não tinha como produzir alimento, e os EUA estavam vindo de um esforço de guerra. Então, propôs-se um controle mundial sobre os alimentos, haveria um banco mundial de alimentos, países seriam financiados para produzir, haveria uma série de medidas de incentivo as países para que houvesse um equilíbrio no seu consumo e oferta. Isso não foi aprovado.

Hoje, o que se está propondo é um pouco isso: ora, por que não se resolve o problema dos países africanos, por exemplo, que são importadores líquidos de alimentos? Por que não se investe pesadamente na oferta de alimentos desses países? No G20, agora, não há um consenso sobre isso, nem vai haver. A posição do Brasil, por exemplo, é um pouco a do ministro da Agricultura [oriundo da direita ruralista], que, outro dia em uma entrevista disse: “Agora que o preço os países dos alimentos está bom, que o agricultor está se dando bem, os países ricos querem controlar o preço, que história é essa?” Então, não há consenso e nem vai haver no curto prazo.

Enquanto não se resolver esse tipo de coisa, a crise vai durar. Vai durar enquanto não houver um programa de recuperação desses países pobres, para que possam produzir, enquanto não houver um programa mundial de estoque, uma espécie de banco de alimentos de estoques reguladores, que venham a salvar. O Programa Mundial de Alimentos da ONU tenta fazer isso, mas com doações de excedentes – ou seja, é algo extremamente tímido e depende da caridade dos EUA e de outros países ricos. Então, é preciso uma institucionalidade internacional que possa dar conta disso tudo.

Só que os países não conseguem chegar num consenso, assim como não conseguiram chegar com relação à crise financeira internacional. No caso dos alimentos é ainda mais complicado, porque alimento envolve países pobres, que não têm força política.

Combate à pobreza x segurança alimentar

O Fome Zero tem uma proposta bastante abrangente de resolver o problema da segurança alimentar (inclui itens como merenda escolar, apoio à agricultura familiar etc.), e o governo Lula avançou bastante no combate à pobreza, via transferência de renda, que era uma linha de menor resistência. Avançou-se bastante no programa Bolsa Família, que cobre 12 milhões de famílias abaixo da linha da pobreza. A pobreza tem uma aderência com a questão da segurança alimentar, mas não são a mesma coisa. O problema de insegurança alimentar extrapola a pobreza, mesmo porque a segurança alimentar pressupõe uma estabilidade. O programa Bolsa Família visa amenizar as condições de pobreza das pessoas, mas ele está agora em um processo de rediscussão, no sentido de garantir que se possa permitir a superação da pobreza, não apenas amenizá-la.

Quando o dinheiro vira problema

A gente está questionando bastante esse padrão alimentar que está se estabelecendo a partir do Bolsa Família. Várias pesquisas do governo mostram que os beneficiários gastam entre 70 e 80% da renda com alimento – muito bem, mas vamos ver que alimentos que estão sendo consumidos, em muitos casos é alimento não saudável, alimento industrializado. Muitos dizem: “Eles também têm direito a tomar coca-cola”. Tudo bem, eles têm direito, mas não e função do Estado transferir renda para que eles tomem coca-cola.

Fazer transferência de renda para uma comunidade indígena, por exemplo, pode ser uma violência. Eu lembro quando começamos a trabalhar com o Programa Fome Zero, estive em algumas áreas indígenas, e se criticava muito o programa de cesta básica, que existia antigamente, quando a cesta básica era dada às famílias indígenas e não tinha nada a ver com a alimentação daquela família. Aprendemos com essas experiências, isso já não se faz mais, mas por outro lado ainda estamos no começo de poder trabalhar melhor um programa alimentar para essas famílias. Todos os programas alimentares teriam que ter esse componente da produção local, da pesca, e como você vai incentivar? Tem uma série de questões que vão ter que ser tratadas e equacionadas caso a caso.

Fonte: Brasil de Fato, http://www.brasildefato.com.br/node/6191

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Esteatose (fígado gordo) diminui com poucos carboidratos na dieta

Dieta de poucos carboidratos ajuda na redução de gordura no fígado

Uma nova pesquisa desenvolvida na Universidade do Texas (EUA) leva médicos a afirmarem que reduzir a ingestão de carboidratos é mais eficiente para diminuir a gordura no fígado do que a redução de calorias. Em um experimento, cientistas recrutaram 18 pessoas com gordura no fígado (não causada por álcool) e designaram a um grupo uma dieta com poucas caloria0s, enquanto o segundo grupo seguiu uma dieta com poucos carboidratos. Após 14 dias, os participantes da dieta de poucos carboidratos tinham perdido mais gordura do fígado do que o outro grupo. Os pesquisadores ainda não sabem explicar a diferença de perda de gordura entre os dois grupos, mas eles acreditam que a descoberta pode ser significativa para tratamentos de diversas doenças, como a diabetes e a resistência à insulina. A pesquisa foi publicada no periódico American Journal of Clinical Nutrition.

Fonte: Bom Dia Doutor (www.hebron.com.br)
Foto obtida no site: http://biobiodoalcool.blogspot.com/2011/01/esteatose-hepatica.html

quinta-feira, 14 de abril de 2011

As crianças e a influência dos pais na alimentação

Alimentação: Hábitos são influenciados pelos pais

Uma pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da USP avaliou o quanto crianças de 4 a 6 anos de idade gostam dos alimentos que habitualmente fazem parte do seu dia a dia e como os pais atuam em relação à alimentação de seus filhos.

O estudo faz pare da tese de doutorado da nutricionista Isa Maria de Gouveia Jorge. O interesse no tema veio da observação de que a prevalência de excesso de peso tem aumentado significativamente nas últimas décadas, inclusive entre as crianças desta faixa etária.

Participaram da pesquisa 400 crianças de pré-escolas universitárias, nas quais foram verificados o estado nutricional e a aceitação de 29 alimentos habituais de suas dietas. Para medir o grau de gostar, ou seja, o quanto as crianças gostam dos alimentos, foram utilizadas fotografias padronizadas dos alimentos, na forma usualmente oferecidas às crianças e escala hedônica facial de cinco pontos.
Também participaram do estudo 190 pais. Foram levantados dados referentes a escolaridade e estado nutricional dos pais e aplicado um questionário sobre atitudes e práticas alimentares frente à alimentação da criança.

A prevalência de excesso de peso e obesidade entre os pré-escolares foi de 31,9% (22,2% e 9,7%, respectivamente) e acompanha a tendência secular do aumento de ganho de peso da população infantil brasileira. A Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) 2008-2009, realizada pelo IBGE e Ministério da Saúde, revelou que o excesso de peso entre crianças de 5 a 9 anos foi de 33,5%, sendo considerado obesos, 16, 6% das crianças de sexo masculino e 11,8% do sexo feminino.

A prevalência de excesso de peso entre meninos foi de 34,6%, sendo 9,5% obesos, e entre as meninas, 29,2% sendo 9,8% obesas. Considerando que esta prevalência ocorre entre crianças menores do que os estudos da POF 2008-2009 o quadro revela a importância de se adotar medidas de prevenção precocemente na infância, antes da idade pré-escolar. Somente 20% dos pais pesquisados percebem o excesso de peso dos filhos.

Reconhecimento

Fatores culturais podem dificultar o reconhecimento dos pais de que o excesso de peso dos filhos seja um problema de saúde. Na pesquisa, este foi o fator de maior peso na probabilidade de as crianças apresentarem excesso de peso. O segundo fator foi o excesso de peso dos pais. A prevalência de excesso de peso entre os pais também foi alta (43,2%) sendo maior entre os familiares das crianças com excesso de peso, existindo uma associação positiva entre o excesso de peso dos pais e dos pré-escolares, ou seja, as chances de as crianças terem um ganho excessivo de peso são maiores quando os pais têm excesso de peso.

Quanto à aceitação de alimentos observou-se que, independentemente, do estado nutricional, sexo e idade, as crianças têm preferência por alimentos de alta densidade energética, ricos em gordura e/ou açúcares.

Os mais aceitos foram batata frita, pizza, chocolate, salgadinhos tipo chips, salsicha, biscoito recheado e refrigerante. Entre os dez alimentos mais aceitos, somente três são saudáveis: frango, iogurte e melancia sendo os demais considerados não saudáveis e constituídos de alimentos industrializados, ricos em densidade energética, gorduras, açúcares e/ou sal e escassos em micronutrientes e fibras.

Entre os menos aceitos pelas crianças destacam-se as hortaliças incluindo entre elas o chuchu, sopa de legumes e purê de batatas. Em relação às atitudes e práticas de alimentação exercidas pelos pais observou-se uma relação com o estado nutricional dos pré-escolares, mas não com sexo ou idade. Geralmente os pais se sentem responsáveis pela alimentação de seus filhos e monitoram a ingestão de alimentos não saudáveis. Já a preocupação com excesso de peso está relacionada ao estado nutricional da criança. A preocupação é maior nos pais das crianças com excesso de peso.

Pressionar a criança a comer é uma prática mais comum entre os pais das crianças mais magras. Foi observado que a probabilidade das crianças gostarem do alimento que são pressionadas a comer é menor quando comparadas com as demais. Quanto às práticas de restrições de alimentos os dados não foram conclusivos, sendo necessários estudos complementares.

Fonte: http://correiodobrasil.com.br/habitos-alimentares-de-criancas-sao-influenciados-pelos-pais/228374/alimento-ciranca/

sábado, 9 de abril de 2011

ESTUDO EPIC NUTRICIONAL

EPIC - ESTUDO

É um estudo multicêntrico prospectivo de coorte que tem o objetivo de investigar as complexas relações entre alimentação, estado nutricional e estilo de vida na incidência do câncer e outras doenças crônicas. EPIC vem da sigla, em inglês, European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition, que significa Investigação Prospectiva Européia sobre Câncer e Nutrição.

O estudo foi iniciado em 1992 com a obtenção de dados e amostras de sangue em 22 centros regionais localizados em dez países europeus: Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Itália, Holanda, Noruega, Espanha, Suécia e Reino Unido. Com isso, o estudo EPIC recrutou mais de meio milhão (520 mil) de pessoas e vem sendo considerado o maior estudo sobre dieta e saúde já realizado. A pesquisa contém o maior biorepositório do mundo, disponíveis para dados genéticos, bioquímicos e metabólicos.
As informações detalhadas sobre a dieta e estilo de vida foram obtidas através de questionário e medidas antropométricas. Os primeiros resultados foram apresentados em junho de 2001, no European Conference on Nutrition and Cancer (Conferência Europeia sobre Nutrição e Câncer) e a partir de então, diversos estudos vem sendo publicados continuamente.

Algumas conclusões já são possíveis sobre os estudos publicados:

Câncer de cólon - · A hipótese de que a dieta rica em fibras reduz risco de câncer colo-retal foi corroborada pelo estudo EPIC. Os resultados indicaram que as fibras são protetoras tanto para o desenvolvimento de pólipos adenomatosos quanto para a sua transformação maligna. Foi encontrada forte evidência de que o aumento no consumo de carne vermelha e processada aumenta o risco de câncer colorretal, enquanto o consumo de peixe reduz risco. · O etilismo, obesidade e atividade física reduzida desempenham papel importante na etiologia do câncer colorretal.

Câncer de mama e próstata - Sobrepeso e baixa atividade física aumentam o risco de câncer de mama após a menopausa. Não foi encontrado diminuição do risco para o câncer de mama e próstata com o consumo aumentado de frutas e hortaliças.

Câncer gástrico - Resultados preliminares indicaram que o consumo de carne vermelha e em conserva aumenta o risco de câncer gástrico. O consumo de fruta reduz o risco, mas não foi encontrado com o de hortaliças. Diversos dados estão sendo analisados para futuras publicações sobre estilo de vida, alterações metabólicas e causas genéticas do câncer de mama, cólon, próstata, pulmão, endométrio, ovário, pâncreas, bexiga, estômago e trato gastrintestinal.


Bibliografia (s)EPIC Project. Disponível em: http://epic.iarc.fr/index.php Acessado em: 29/10/2010.Bingham S, Riboli E. Diet and cancer: the European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition. Nat Rev Cancer. 2004;4(3):206-15.J Nutr. 2001;131(1):170S-175S.

International Agency for Research on Cancer.

Riboli E. The European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition (EPIC): plans and progress.

Fonte: http://codhinutro.org/blog/?p=225