quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Sobre Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

A informação contribui no embasamento do estudo sobre segurança alimentar. Por esta razão, sugiro a leitura do relatório de Flavio Luiz Schieck Valente Coordenador Técnico da Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (ABRANDH). http://www.social.org.br/relatorio2005/relatorio026.htm
(Para conhecer a ABRANDH = http://www.abrandh.org.br/).

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Iniciando discussão sobre segurança alimentar e nutricional

No comentário sobre o artigo "Brasileiro está mais gordo e mais alto" *, uma estudante do curso de Nutrição da UFPB, levantou algumas questões: que são necessárias medidas para garantir a segurança alimentar; que muitos não têm recursos para adquirir alimentos e que os nutricionistas devem estar preparados para trabalhar com a adequação a isto. Sugeri começarmos uma discussão olhando o site do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome:
http://www.mds.gov.br/programas/seguranca-alimentar-e-nutricional-san.
Nele, poderemos ver as propostas e ações da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SESAN), qual o seu papel e os programas do governo federal em andamento.
Sugiro ainda que se comece a pensar nas consequências das políticas públicas sobre o estado nutricional dos indivíduos (e consequentemente sobre sua saúde), quando elas são ou não voltadas para a população.
Com esse fio da meada, podemos começar a tecer a construção de um espírito crítico, que nos possibilitará melhores avaliações e consequentemente melhor atuação prática.
Aguardo as opiniões.

*Reproduzido do "Bom dia, doutor", cortesia do laboratório Hebron. Ver artigo + comentários abaixo.

Pesquisa aponta aumento do risco de obesidade infantil no país

Uma pesquisa do Ministério da Saúde constatou que a desnutrição infantil caiu quase sete pontos percentuais em dez anos. Segundo o estudo Saúde Brasil 2008, a desnutrição atingia, em 1996, 13,4% das crianças com menos de cinco anos, índice que caiu para 6,7% em 2006. A informação consta no estudo Saúde Brasil 2008, uma publicação anual da Secretaria de Vigilância em Saúde que neste ano abrange os 20 anos do SUS (Sistema Único de Saúde). A pesquisa, entretanto, também aponta que aumentou o risco de obesidade, principalmente entre os adolescentes. Nos últimos 29 anos, a relação entre peso e altura (Índice de Massa Corporal) de meninos de 10 a 19 anos aumentou 82,2%. Segundo a coordenador do ministério Deborah Malta, "embora os números demonstrem que os meninos estão abaixo do padrão referência da OMS (Organização Mundial da Saúde), preocupa o aumento crescente do peso deles". A pesquisa também revela que houve redução da mortalidade infantil entre 1980 e 2005, já que o número absoluto caiu de 180.048 para 51.544 - queda de 71%. A diarreia, que era a segunda causa de mortalidade há 29 anos, passou para a quarta posição em 2005. A pesquisa aponta uma redução de 20% nas mortes por doenças cardiovasculares --grupo que inclui o infarto e o acidente vascular cerebral - no período de 1990 a 2006. Mesmo assim, o grupo de doenças matou cerca de 300 mil pessoas há três anos, quase um terço do total de óbitos registrados no país. De acordo com o diretor da secretaria Otaliba Libânio Neto, a melhora se deve às políticas de prevenção à saúde e a melhores hábitos da população. Mas os dados mostram que as reduções mais significativas nas mortes estão concentradas nas regiões Sul e Sudeste, já que a região Nordeste apresentou aumento.

Fonte: Bom Dia Doutor 23.11.2009 - Cortesia do Laboratório Hebron‏

Mortes por diabetes crescem no Brasil

As mortes por diabetes cresceram 47% no Brasil de 1990 a 2006, principalmente entre os homens acima dos 60 anos, segundo dados do estudo Saúde Brasil 2008, do Ministério da Saúde, divulgado na quinta-feira (19). A doença foi responsável pelo óbito, como causa básica, de 24 a cada 100 mil adultos entre 20 e 74 anos, em 2006, frente a 16,3 há 16 anos. O aumento está ligado ao ganho de peso do brasileiro, que está quase na faixa do sobrepeso. Homens com mais de 40 anos são os que tiveram maior aumento nas mortes em decorrência do diabetes, 2,3% ao ano. A partir dos 60 anos, o número sobe para 3,5% ao ano. Nas mulheres, as taxas são menores - 1% e 1,7% ao ano, respectivamente. Entre os jovens de 20 a 39 anos houve redução de 1,6% para mulheres e 1,5% para homens. Segundo o médico Marcio Mancini, diretor do grupo de Obesidade e Doenças Metabólicas do Hospital das Clínicas de São Paulo, as mortes causadas pelo diabetes podem ser por insuficiência renal, tromboses, infartos e AVC (Acidente Vascular Cerebral, conhecido como derrame). Os óbitos por doenças cardiovasculares (infarto e AVC) caíram 20,5%. Mesmo assim, estas doenças mataram, em 2006, 300 mil pessoas, sendo a principal causa de morte no país. Para o médico, tratamentos eficazes impulsionaram a queda. O risco de morte por doenças cardiovasculares teve redução de 187,9 por 100 mil habitantes, em 1990, para 149,4 por 100 mil habitantes, em 2006. E jovens de 20 a 39 anos estão morrendo menos ainda. Para as mulheres jovens, a queda anual foi de 3,6%, enquanto que para os homens foi de 3,3% ao ano. As regiões Sul e Sudeste apresentam um declínio mais acentuado desde 1990, enquanto o Nordeste teve aumento. O AVC, dentre todas as causas de morte por causa de doenças no aparelho circulatório, é a principal com 9,4% dos casos, seguido por doenças isquêmicas do coração, como infarto, com 8,8%. Apesar disso, as mortes por doenças cerebrovasculares caíram 30,9% entre 1990 e 2006. A diminuição é observada em todas as faixas etárias, tanto nas mulheres quanto nos homens, com maior declínio na região Sul e Sudeste. Um dos fatores indicados como causador da queda na mortalidade está a redução do hábito de fumar.

Fonte: Bom Dia Doutor 23.11.2009 - Cortesia do Laboratório Hebron‏

Brasileiro está mais gordo e mais alto

A população engordou e ficou mais alta nos últimos anos no Brasil. Cerca de 43,3% das pessoas com mais de 18 anos que vivem nas capitais estão com sobrepeso. E esta é a tendência para todo brasileiro, aponta estudo Saúde Brasil 2008, do Ministério da Saúde, divulgado na quinta-feira (19). "Metade da população já está com sobrepeso. As principais causas são a mudança para hábitos alimentares menos saudáveis e a menor prática de atividades físicas", explica Marcio Mancini, diretor do grupo de Obesidade e Doenças Metabólicas do Hospital das Clínicas de São Paulo. Os meninos de 10 a 19 anos tiveram aumento de 82,2% do IMC (Índice de Massa Corpórea que dá a razão entre o peso e a altura) em 29 anos. As meninas, na mesma faixa etária, obtiveram aumento de 70,3%. Mas as mulheres apresentam estabilidade no ganho de peso desde a década de 90, com a valorização do corpo e o combate ao sobrepeso, enquanto os homens não param de engordar. Segundo o médico, o aumento da obesidade é expressivo na camada mais pobre da população. "A falta de informação leva a pessoa a comer pior. Além disso, alimentos baratos e calóricos como o açúcar e o óleo de soja são muito usados. Assim, a pessoa adoça mais do que precisa e faz muita fritura". Para Mancini, o governo deve atuar na conscientização da população nas unidades básicas de saúde para reverter a situação. De acordo com o estudo, o IMC médio do brasileiro está muito próximo de 25 kg/m², limite para passar do perfil normal para o de sobrepeso. Se o valor ficar acima de 30, é considerado obesidade. O aumento da obesidade ainda é um dos fatores para a elevação das mortes por diabetes no país. O crescimento está mais concentrado nos homens com mais de 40 anos e houve queda entre as mulheres de 20 a 39 anos. Enquanto eles ganharam mais peso, as mulheres cresceram quase duas vezes mais. A estatura média do homem cresceu 1,9 cm em 14 anos e chegou a uma média de 1,70 m em 2003. Já as mulheres, tiveram um aumento de 3,3 cm de altura, alcançando 1,58 m.

Fonte: Bom Dia Doutor 23.11.2009 - Cortesia do Laboratório Hebron‏

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Reinício de atividades

As postagens do blog foram temporariamente suspensas, retornamos hoje com um interessante artigo do site www.adital.com.br. Que nos sirva de reflexão, pois nos mostra como a política interfere na vida dos cidadãos. A Via Campesina é um movimento internacional que reune organizações camponesas de pequenos e médios agricultores e trabalhadores agrícolas em geral, além de mulheres rurais e comunidades indígenas e negras da Ásia, África, América e Europa, sendo uma das suas principais políticas a defesa da soberania alimentar.

A Via Campesina na Cúpula da FAO - artigo do site ADITAL

VC na FAO - Não é mais hora de falar: Vamos por em marcha a Soberania Alimentar

Vía Campesina *Adital - Tradução: ADITAL (www.adital.com.br)

A Via Campesina na Cúpula da FAO

Ao redor de 40 camponeses e camponesas provenientes de 25 países do mundo, membros do movimento internacional La Vía Campesina, vão se reunir em Roma para a Cúpula Mundial da FAO sobre Soberania Alimentar e para o Fórum da Sociedade Civil, que acontecerá entre os dias 13 e 18 de novembro. "Não é mais hora de falar", disse recentemente Nettie Wiebe, uma agricultora canadense, líder do movimento. "Se o mundo leva a sério o fato de erradicar a fome, não existem muitas opções. Devemos apoiar e animar os camponeses a produzir para suas comunidades de maneira sustentável. Para que haja uma solução autêntica para a crise alimentar a agricultura de pequena escala, e não as corporações transnacionais, deve retomar o controle sobre os recursos produtivos alimentares, tais como a terra, as sementes, a água e os mercados locais".
Mesmo que o mundo produza suficientemente para alimentar cada boca, a cifra de pessoas que passam fome subiu dramaticamente para mais de 1 milhão este ano, por primeira vez na história da humanidade; 80% dessa população que sofre com a fome e suas consequências são camponeses/as, desalojados ou trabalhadores rurais, homens e mulheres. Não é uma miragem a existência de tantas famílias ao redor da fome no campo; é uma crua realidade.
Ironicamente, essa crise alimentar sem precedentes aumenta com o desenvolvimento de iniciativas encaminhadas na mesma direção de políticas que criaram o desastre atual. É o caso do Partenariato Global para a Agricultura e Segurança Alimentar e do Fundo Fiduciário para a Segurança Alimentar do Banco Mundial (BM), apoiados pelo G-20. Financiam o desenvolvimento de tecnologias para a "revolução verde", que incrementam a dependência dos agricultores do mercado e que propiciam a destruição dos solos. Todas essas iniciativas promovem mais políticas de livre comércio e trabalham lado a lado com a agroindústria.
No entanto, as grandes companhias não têm nenhum interesse em salvar o mundo da fome. Concentram-se em aumentar suas margens de benefícios e de participações no mercado. O que aconteceu durante a crise alimentar em 2007 foi muito ilustrativo: as companhias dedicadas ao agronegócio tiveram enormes benefícios (1), enquanto que milhões de pessoas sucumbiram à fome e à pobreza. Atualmente, as terras agrícolas converteram-se em um investimento proveitoso e as companhias estão tomando enormes quantidades de terreno ao redor do mundo, expulsando os agricultores locais para poder produzir alimentos para exportar ou para transformar-se em agrocombustíveis.
Durante a Cúpula da FAO, em Roma, a Vía Campesina defenderá a necessidade de uma nova governança frente à alimentação e à agricultura, para chegar a soluções frente à crise alimentar e à atual crise climática. As políticas alimentares não devem ficar nas mãos dos "clubes de doadoras" e das instituições financeiras. Um sistema de governança democrática -como o que está sendo discutido no Comitê de Segurança Alimentar Mundial da FAO- deve ser implementado imediatamente para assegurar que os países e os povos no mundo tenham o direito a colocar em marcha a soberania alimentar, entendida como o direito das comunidades e das nações a desenvolver e promover seus próprios sistemas locais e políticas alimentares, respeitando as culturas e o meio ambiente.
"Durante o Fórum da Sociedade Civil, em Roma, serviremos comidas ecológicas procedentes dos cultivos dos/as agricultores/as locais. Regularmente também oferecemos uma média de 150 mil comidas ecológicas em restaurantes escolares, em toda a Itália", explicou Andrea Ferrante, da Associação Italiana de Agricultura Biológica (AIAB), uma organização membro da Vía Campesina. "A Soberania Alimentar começa a cada dia com cada comida. Já está sendo implementada localmente em muitos lugares e com vontade política podemos difundi-la ao redor do mundo, resolvendo a atual crise alimentar", agregou.
Nota:
(1) Por exemplo, Cargill, a maior empresa comercializadora de grãos do mundo, informou um aumento em seus benefícios ao redor de 70% em 2007 - 157% de aumento nos benefícios desde 2006. (http://www.grain.org/seedling/?id=592)/
(Jacarta, 9 novembro de 2009)* Movimento internacional de camponeses e camponesas, pequenos e médios produtores, mulheres rurais, indígenas, gente sem terra, jovens rurais e trabalhadores agrícolas
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