quarta-feira, 30 de junho de 2010

Mulheres obesas têm risco maior para o diagnóstico de tumores de mama maiores e em estágios mais avançados

Um estudo divulgado aqui no 11º Encontro Anual da American Society of Breast Surgeons, em Las Vegas, revelou que as mulheres obesas não apenas têm um risco maior de desenvolver câncer de mama – como já se suspeitava – mas também estão mais propensas a ter neoplasias que são detectadas em uma fase tardia, além de apresentar massas tumorais maiores no momento do diagnóstico.

O estudo, de autoria principal da Dra. Danielle Haakinson, Residente de Cirurgia na Mayo Clinic de Phoenix, no Arizona, dividiu 1.352 pacientes em dois grupos: obesas (n = 327) e não obesas (n = 1.026).

A Dra. Haakinson destacou no resumo do seu trabalho que não houve diferença na média de idade entre os grupos, e poucas pacientes obesas apresentavam câncer de mama quando mais jovens.

Além disso, como ela explicou em sua apresentação, a maioria das mulheres obesas que foram diagnosticadas com câncer descobriu seu tumor através da mamografia, ao invés da palpação (67% versus 56%, P = 0,0006).

Em grande parte, isto foi o resultado da baixa parcela de pacientes que detectou seus nódulos durante o autoexame; a detecção através do exame clínico foi de 5% para as pacientes obesas e de 6% para as não obesas (P = 0,0066).

A Dra. Haakinson observou em sua apresentação que as mulheres obesas apresentavam tumores maiores no momento do diagnóstico, uma informação que também é preocupante.

No grupo de obesas, 71% apresentavam tumores menores que 2 cm, enquanto que no grupo de não obesas, 79% das participantes tinham tumores com este mesmo tamanho.

Além disso, as pacientes obesas tinham uma maior probabilidade de desenvolver metástases de linfonodos (31% versus 25% , P = 0,026).

A equipe de pesquisadores escreveu em seu resumo que os grupos não apresentaram diferenças com relação à terapia adjuvante, à recorrência, a história familiar ou aos marcadores tumorais, mas de acordo com a análise multivariada, as pacientes obesas tenderam a apresentar uma taxa de sobrevida global pior, com hazard ratio de 1,53 (intervalo de confiança de 95%, 0,97 - 2,53).

A Dra. Deanna Atai, Diretora do Center for Breast Care, Inc, membro do American Board of Surgery e chefe do Comitê de Comunicação da American Society of Breast Surgeons disse ao Medscape Ob/Gyn & Women's Health: "este é mais um exemplo do quanto que a obesidade é um problema de saúde pública.

Sabemos que estas pacientes têm um maior risco de acidente vascular cerebral, de diabetes e de doenças cardíacas; agora, vemos que elas também apresentam um risco aumentado para o câncer de mama."

Os pesquisadores acreditam, com base em sua análise, que as mulheres obesas têm menos chance de manter os cuidados gerais de saúde "inclusive para realizar os check-ups anuais de rotina", comentou a Dra. Barbara Pockaj, que também pertence a Mayo Clinic e fez parte da equipe de pesquisadores.

Ela disse ao Medscape Ob / Gyn & Women's Health que a não realização de uma mamografia anual está incluída nestas faltas de cuidado com a saúde. Como é mais difícil palpar o tumor no seio de uma mulher obesa, há mais tempo para que o tumor cresça antes de ser detectado.

Em nota à imprensa, a Dra. Haakinson comentou que a problemática com relação aos cuidados básicos de saúde pode ser explicada "simplesmente pelo de as mulheres obesas possuírem menos chance de examinar seus seios, possivelmente porque se sentem desconfortáveis com sua imagem corporal".

Ela disse ainda ao Medscape Ob / Gyn & Women's Health que "independentemente das razões que fazem com que estas mulheres não se cuidem, os médicos precisam compreender que as mulheres estão negligenciando os cuidados básicos de saúde e devem incentivá-las a realizar estes cuidados.

Existe um risco maior entre estas pessoas de serem diagnosticadas com tumores já em estágio avançado. Ao fazer suas mamografias e check-up anuais elas podem tomar as rédeas da proteção de sua própria saúde".

A Dra. Pockaj acrescentou ainda que o fato das mulheres obesas apresentarem tumores maiores foi "um pouco surpreendente, pois deveria haver uma maior conscientização já que estas pacientes apresentam um risco maior".

A equipe concordou que a instalação de cuidados básicos de saúde mais intensivos pode afetar positivamente a mortalidade das mulheres obesas por câncer de mama.

Autora: Carole VanSickle
Publicado em 05/03/2010
Fonte: http://www.medcenter.com/Medscape/content.aspx?bpid=120&id=26864&__akacao=280542&__akcnt=acd0802f&__akvkey=b818&utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=GERAL+119+BR&langtype=1046

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Mulheres obesas engravidam mais sem desejar

Mulheres obesas usam menos métodos contraceptivos, dão menor importância à sexualidade e usam mais a internet que as outras para encontrar seus parceiros. Os dados são da primeira grande pesquisa a investigar o impacto do peso extra na atividade e na saúde sexual, em especial das mulheres. Para o estudo, publicado no "British Medical Journal", foram ouvidos mais de 12 mil moradores da França, com idades entre 18 e 69 anos. Os entrevistados foram divididos em três grupos: com peso normal (índice de massa corporal entre 18,5 e 25), sobrepeso (entre 25 e 30) e obesos (acima de 30). Os resultados mostraram também uma relação inversa entre peso e número de parceiros, nos dois gêneros. Entre as obesas, 17,8% acharam seu par pela internet; para os homens acima do peso, a taxa foi de 14%. "Os achados apontam para uma baixa autoestima e falta de cuidado. Obesos se previnem menos (de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis), talvez pela dificuldade de impor isso ao parceiro, com medo de ser rejeitado", diz Claudia Cozer, diretora da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica). Entre as obesas, a taxa de gravidez não planejada chega a ser quatro vezes mais alta. Segundo a médica, muitas acham que não vão engravidar porque têm ciclos menstruais irregulares e passam meses sem menstruar. "Elas não mantêm regularmente um método contraceptivo por desinformação, medo de tomar pílula e engordar mais ou pequeno número de parceiros", afirma.

Fonte: www.bomdiadoutor.com.br

Seminário Nacional de Alimentação e Nutrição no SUS realiza Plenária final

A Plenária Final do Seminário Nacional de Alimentação e Nutrição no SUS, que teve como propósito o aprimoramento da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), que completou 10 anos em 2009, contou com a presença do Conselheiro Nacional de Saúde, José Marcos de Oliveira, como um dos Coordenadores. Como resultado do trabalho dos Grupos foram apresentadas 300 propostas de alteração do texto original da Política, a maioria no sentido de estender a implementação da PNAN nos Estados, municípios e em âmbito nacional.

O Seminário procurou contemplar a diversidade do Brasil, respeitando as peculiaridades de cada região e a cultura de cada comunidade. Ficou claro, a partir das discussões, que houve muitos avanços no Sistema Único de Saúde (SUS) relacionados à alimentação e nutrição, mas que os desafios ainda são muitos. É consenso que as Comissões Intersetoriais de Alimentação e Nutrição precisam ser criadas no âmbito dos Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, como está previsto no artigo 13 da Lei 8080/90, além da promoção de uma maior integração entre os Conselhos de Saúde, de Segurança Alimentar e Nutricional, Alimentação Escolar, de Assistência Social e de Direitos Humanos.

Divididas em blocos, as propostas abrangiam o a institucionalidade, controle social, atenção à saúde, intersetorialidade, desenvolvimento científico, regulação de alimentos e financiamento, como a que indica a inclusão de todos os municípios e as que sugerem repasse diferenciado ou um adicional financeiro para os estados e municípios da Amazônia Legal e da Região Nordeste. O objetivo é assegurar que os povos e comunidades tradicionais, assentados e acampados da reforma agrária tenham garantido o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA), positivado na Constituição Brasileira pela Emenda Constitucional nº 64, que o acrescentou ao conjunto de direitos sociais relacionados no artigo 6º.

Entre as propostas do Seminário, levando em conta a aprovação da EC 64, está a inclusão da perspectiva do DHAA nas ações específicas e intersetoriais de alimentação e nutrição, tendo como referência as diretrizes do Guia Alimentar da População Brasileira. A impressão e distribuição desse guia, nas versões integral e de bolso, também estão entre as propostas, uma vez que esse seria um importante instrumento na formação dos profissionais e dos usuários.
Veja esta mensagem em seu contexto: Telessaúde RJ

domingo, 27 de junho de 2010

Intervenção escolar na prevenção do diabetes tipo 2 em crianças

Uma importante revista de clínica médica, o New England Journal of Medicine, publicou um estudo em que houve uma intervenção numa amostra de 4603 escolares, média de 11 anos de idade, com diferenças de raça e etnia (A School-Based Intervention for Diabetes Risk Reduction). Os resultados mostraram que houve um decréscimo na prevalência de sobrepeso e obesidade nos escolares que foram submetidos à intervenção, mas não houve significância quando comparados ao grupo controle. No entanto, a intervençao resultou em redução significante de vários índices de adiposidade, o que poderia reduzir o risco de desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 na infância.

ClinicalTrials.gov number, NCT00458029 - http://content.nejm.org/cgi/content/full/NEJMoa1001933?query=OF)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Ainda as consequências da obesidade

Estudo vincula obesidade a câncer de próstata mais agressivo

O tamanho de um tumor cancerígeno de próstata é diretamente proporcional ao peso do paciente e quanto maior o tumor, mais agressivo o câncer, revelou um estudo publicado quarta-feira (02). "À medida que aumentava o índice de massa corporal do paciente, o volume do tumor aumentava sincronicamente", explicou o doutor Nilesh Patil, referindo-se a um estudo de seis anos que ele dirigiu no Henry Ford Hospital em Detroit, apresentado durante a conferência anual da Associação de Urologia dos Estados Unidos em San Francisco (Califórnia, oeste). "Baseados em nossos resultados, acreditamos que ter um percentual mais amplo de volume de tumor pode contribuir para a natureza agressiva da doença em homens com um índice de massa corporal mais elevado", acrescentou. Os pesquisadores estabeleceram a relação após analisar os casos de 3.327 pacientes que tiveram extirpados cirurgicamente tumores cancerígenos de próstata através de um procedimento robotizado.

Fonte: Bom dia, doutor. www.hebron.com.br

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A reabilitação do café

Estudo indica benefícios do café na prevenção do diabetes

Um estudo recentemente publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry traz mais evidências de que o café pode ajudar a prevenir problemas cardiovasculares. De acordo com pesquisadores japoneses, a cafeína pode ter diversos efeitos no organismo que ajudam a evitar o desenvolvimento do diabetes tipo 2. Em testes com ratos, os cientistas da Universidade de Nagoya observaram que os animais que ingeriram café por cinco semanas apresentaram menores níveis de açúcar no sangue e melhor sensibilidade à insulina do que os roedores que ingeriram apenas água, reduzindo os riscos de diabetes. Além disso, o consumo de café foi associado a mudanças benéficas na gordura do fígado e nos níveis de citocinas inflamatórias associadas ao risco de diabetes. “Esses resultados sugerem que o café exerce um efeito supressor na hiperglicemia ao melhorar a sensibilidade à insulina, em parte, devido à redução da expressão das citocinas inflamatórias e melhora na gordura do intestino”, destacaram os autores na publicação. “A cafeína pode ser um dos compostos antidiabéticos eficazes no café”, concluíram.

Fonte: www.hebron.com.br; Bom dia, doutor.

domingo, 13 de junho de 2010

Esteatohepatite não alcoólica

Assista ao vídeo com dr. Angelo Mattos - GDrom on line - SOBED
http://www.gdromonline.com.br/indexa.php?pagina=casos&es1_cod=415&info=121321564561231

As bebidas açucaradas aumentam o risco de obesidade e de diabetes tipo 2

As evidências publicadas até hoje revelam um paralelo estreito entre a obesidade crescente e os níveis cada vez mais altos de consumo de bebidas açucaradas. As bebidas açucaradas contêm edulcorantes não dietéticos, como sacarose, xarope de milho com alta concentração de frutose ou concentrados de sucos de frutas, cujos efeitos metabólicos são similares. Dentro desta categoria de bebidas, estão os sucos sintéticos, os gaseificados, as bebidas para esportistas, as energizantes, ás águas com suplementos vitamínicos, os chás frios com adoçantes, dentre outros produtos, que representam uma das principais fontes de ingesta de açucares refinados por parte da população de países desenvolvidos. Apesar de sempre ter havido a suspeita de que essas bebidas açucaradas contribuíssem para a epidemia de obesidade que afeta o mundo ocidental, somente recentemente foram publicados os resultados de grandes estudos epidemiológicos que quantificaram a relação entre o consumo de bebidas açucaradas e o aumento de peso a longo prazo, o diabetes tipo 2 e o risco de doença cardiovascular. As bebidas açucaradas contribuem para o aumento do peso corporal através da compensação incompleta da energia proporcionada pelos alimentos sob a forma de “calorias líquidas”, visto que aumentam o risco de diabetes tipo 2 e de doença cardiovascular ao levarem ao organismo uma alta carga glicêmica que induz inflamação, resistência à insulina e disfunção das células beta pancreáticas. A fração de frutose das bebidas açucaradas também pode gerar acúmulo de adiposidade visceral, o incremento de novo da lipogênese hepática e o desenvolvimento de hipertensão associada com a hiperuricemia.

Em visto disso, devia haver o desenvolvimento de campanhas educativas que estimulem a substituição desse tipo de bebidas por água, uma medida que teria grande impacto sobre a saúde pública, pois reduziriam expressivamente o risco de obesidade e de doenças crônicas na população.


Abril de 2010, Thomson Reuters
Universidade de Harvard, Boston, EUA
Fonte: http://www.dialogoroche.com.br/portal/eipf/br/br_portal/dialogo/at_metabolismo_noticias?siteUuid=re7196006&paf_gear_id=40500021&pageId=re7466010&synergyaction=show&paf_dm=full&nodeId=1415-3f96d8c85d3e11dfbecf1b4cb9692db0

sábado, 12 de junho de 2010

Etilismo

Bebidas alcoólicas: uma discussão necessária


OMS recomenda aumento de impostos para bebidas alcoólicas

Muitas discussões estão sendo feitas no que diz respeito à relação entre propaganda de bebidas alcoólicas, Copa do Mundo de Futebol e Seleção Brasileira. Críticas são dirigidas ao técnico Dunga pelo seu envolvimento no marketing de determinada bebida, o que seria danoso principalmente para os jovens. É fato bem conhecido o poder que tem esse esporte no comportamento de milhões de brasileiros, mais ainda quando um tipo de bebida alcoólica é apresentado quase como inofensivo. Em todo o mundo é uma preocupação de primeira ordem o combate ao alcoolismo.

A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou, há poucos dias, e por consenso, a adoção de uma estratégia para combater o uso excessivo de álcool através do aumento dos impostos de bebidas alcoólicas, além de uma regulamentação mais incisiva do marketing das mesmas. O documento aprovado afirma que quanto mais acessível está a bebida, seja pelo baixo preço ou pelo poder aquisitivo suficiente, maior é o consumo. Afirma, também, que existe uma forte evidência de que aplicar um limite baixo de concentração de álcool no sangue (de 0.02% a 0.05%) é efetivo para reduzir acidentes de tráfico induzidos pelo álcool.

Além disso, o álcool contribui para provocar acidentes diversos, problemas de saúde mental, conflitos sociais e danos a terceiros. A OMS estima que os riscos para a saúde vinculados ao álcool causam 2.5 milhões de mortes anualmente por doenças cardíacas e hepáticas, acidentes de trânsito, suicídios e diversos tipos de câncer, o que supõe 3.8% de todas as mortes. Na realidade, é o terceiro fator de risco para mortes prematuras e para incapacidades em todo o mundo. O consumo excessivo de álcool pode provocar relações sexuais sem proteção, incluindo sexo com múltiplos parceiros. As recomendações aprovadas foram elaboradas depois de dois anos de debates e devem servir como diretrizes para os países pertencentes à OMS.

Fonte: http://www.unimedjp.com.br/colunas/joaomodestofilho/coluna.php?id=301

quarta-feira, 9 de junho de 2010

TeleNutrição

Pausa para o chá

Por Carol Ribeiro
http://colunistas.yahoo.net/posts/2675.html


Me dou muito bem com as plantas de um modo geral, e é com dedicação que cultivo o hábito de aprender com elas, como se assim pudesse desvendar os segredos guardados na terra e nas sementes. Na prática, este aprendizado me rendeu alguns frutos, alguma experiência, que gostaria de compartilhar com vocês.

Ter um jardim em casa é muito mais fácil do que parece. Mesmo se você mora num quitinete apertado e não leva muito jeito para lidar com espécies vegetais. Encontre uma com seu perfil, escolha um tipo de planta que combine com você, experimente. De cactos a violetas, de orquídeas a samambaias, a presença de vegetação pode tornar sua casa muito mais saudável.

Algumas plantas funcionam como filtros naturais da poluição doméstica, aquela que é gerada por produtos de limpeza, tabaco, fuligem etc. Ráfias, dracenas, filodendros cumprem bem esta função; também as trepadeiras como o jasmim e o guaco limpam o ar e perfumam o ambiente. Não é o máximo ?

Cultive chás e temperos
Várias espécies vegetais são usadas, há milhares de anos, para diversas finalidades: calmantes, estimulantes, cicatrizantes, antissépticos, anestésicos; para afinar o sangue, para encorpar a alma…

Dentre as mais comuns estão as mentas, o alecrim, o manjericão, o orégano, a camomila, a sálvia, o funcho, a pimenta; completamente incorporadas na nossa culinária. São de fácil cultivo embora precisem de muita claridade e, se possível, algumas horas de sol todos os dias. Podem ser plantados em vasos ou floreiras, até mesmo em embalagens reutilizadas, e depois transformadas em aroma e sabor, nas infusões e nos molhos.

A menta, ou hortelã, merece um vaso maior, bem drenado. Serve como estimulante estomacal, redutor de flatulências, vermífigo para crianças e ainda tem poderes de expectoração. Existem muitos tipos diferentes, com pequenas variações na intensidade, todas porém mantém sua característica refrescante.

Manjericão, orégano e manjerona: o trio tempero italiano não pode faltar na sua cozinha. O manjericão, ou alfavaca, é bastante resistente e não decepciona um jardineiro iniciante. Pega facilmente a partir dos galhos novos de plantas adultas, e pode viver até dois anos. Suas pequenas flores são visitadas por abelhas e sua ação antirreumática tem despertado o interesse de cientistas.

O orégano e a manjerona exigem um pouco mais de cuidado, devem ser podadas ou replantadas anualmente, após a floração; como o alecrim, não resistem a solos encharcados, espaços mal-ventilados e sem insolação.

Poderia passar horas discorrendo sobre as ervas e seus poderes medicinais, quase mágicos, mas na prática gostaria de incentivá-los a manter um jardim diversificado e útil, ao mesmo tempo, aromático e medicinal.

Devemos começar a valorizar o meio ambiente em nossas casas, cultivando a diversidade, e experimentando o contato com a terra. O resultado é descobrir o prazer ancestral de dar vida a uma semente, e depois, colher seus frutos.

Horta doméstica
Hortas, de um modo geral, exigem cuidado redobrado: terra adubada, espaço para o crescimento das raízes, e principalmente sol, muito sol. Comece com rabanetes, que dá para colher em 28 dias; pesquise sobre espécies que podem e devem ser plantadas no mesmo canteiro: alelopatia.

No meu sítio fiz uma experiência bastante gratificante plantando morangos e alho, na Sexta-Feira Santa, como manda a tradição. É incrível como este conceito interfere no desenvolvimento e na produção de cada indivíduo. Plantas amigas, inimigas, como assim? Mas é assim mesmo, basta botar reparo e você verá que existe uma relação entre elas, e cada vez mais este conhecimento vem beneficiar nossas colheitas. Atualmente, cultivo morango em vasos – com o frio estão prestes a florir –, aliás, ele é uma excelente opção para canteiros suspensos e ensolarados.

Para encerrar, vale saber que existe muito mato comestível por aí, destaque para as nativas beldroega, azedinha e serralha. Ricas em ferro, rústicas até não poder mais, hoje em dia quase não se conhece. A serralha, por exemplo, nasce em abundância nas calçadas mal-cuidadas, é rica em vitaminas A, D e E, além de fortalecer o sistema nervoso. O mesmo vale para a azedinha e a beldroega, ingredientes da culinária caipira tradicional que beneficiam a nossa saúde.

E certamente porque as ervas fazem tão bem para saúde que os laboratórios investem em pesquisar seus princípios ativos, para sintetizá-los em medicamentos, patenteando o conhecimento dos nossos antepassados e cobrando royalties por isso.

Biopirataria
Este assunto é tão grave que não pode ser tratado em um parágrafo, então deixo aqui apenas uma menção, uma sementinha, para que se dê o devido valor à riqueza da diversidade que a flora brasileira oferece, antes que laboratórios estrangeiros o façam.

Exemplos de registros de marcas e patentes dos nossos recursos estão em toda parte: quebra-pedra, cupuaçu, espinheira-santa, açai, curare. É fundamental considerar a proteção da diversidade genética do nosso país como uma prioridade, e para isso é necessário que a conservação ambiental seja encarada com seriedade, por todos nós.

Informes da REDENUTRI sobre o primeiro dia do Seminário Nacional de Alimentação e Nutrição no SUS: PNAN 10 anos

Rede de Nutrição do Sistema Único de Saúde (REDENUTRI)

Caros colegas da REDENUTRI

Compartilhamos com vocês, o primeiro dia do Seminário Nacional de Alimentação e Nutrição no SUS: PNAN 10 anos. O seminário está sendo realizado em um espaço super acolhedor e inspirador, o que esperamos contribua para que os participantes também se inspirem para os promissores debates, como tão bem foi destacado na mesa de abertura.

A conferência de abertura realizada pelo Flávio Valente, secretário-geral da FIAN Internacional, foi um brinde a todos os participantes. Flávio contextualizou o cenário brasileiro e mundial no que se refere às ações de alimentação e nutrição, enfatizando ao final a importância da territorialização dessas ações no SUS, e que essa deve ocorrer sob a ótica da Segurança Alimentar e Nutricional. Destacou ainda que as ações de alimentação e nutrição na saúde não devem se limitar a atividades curativas e assistencial, sejam individuais ou coletivas, mas que devem buscar o conhecimento do território e buscar a necessária intersetorialidade. Para ele, a nutrição no SUS deve ser a referência articuladora da SAN e da intersetorialidade necessária para o enfrentamento dos determinantes da saúde e nutrição da população.

No período da tarde ocorreram 2 painéis. O primeiro teve por objetivo propor uma avaliação da PNAN sob a ótica do controle social, da academia e do governo. Já o segundo painel buscou tratar da necessidade da regulação dos alimentos, abordando aspectos relativos à produção, ao uso de agrotóxico, a política de abastecimento alimentar e a regulamentação de alimentos sob a ótica do direito sanitário e frente aos novos desafios apresentados pelas mudanças no padrão alimentar e nutricional da população.

Foi um excelente dia de atividades com debates provocadores e importantes. Amanhã postaremos mais um breve relato do seminário para toda a Rede.

Um forte abraço

Equipe de Moderação da REDENUTRI

terça-feira, 8 de junho de 2010

"Seminário Nacional de Alimentação e Nutrição no SUS: PNAN 10 anos".

Informe Alimentação e Nutrição - CGPAN

Edição nº 1 - 08/06/2010

Começa na terça-feira o Seminário sobre a Política de Alimentação e Nutrição
De 08 a 10 de junho, Brasília será sede do "Seminário Nacional de Alimentação e Nutrição no SUS: PNAN 10 anos". Participarão autoridades, trabalhadores, gestores, usuários, prestadores de serviços, entidades, organizações, representantes dos Conselhos Estaduais de Saúde e de Segurança Alimentar e Nutricional e ainda especialistas em políticas públicas de alimentação e nutrição.

Com o tema "Dez anos da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN)", o objetivo do Seminário é avaliar a política, identificar avanços e propor diretrizes para sua reformulação no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

A abertura na terça-feira (08), às 10 horas, terá a presença da Coordenadora Geral da Política de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde (CGPAN/MS), Ana Beatriz Vasconcellos, do presidente do Conselho de Saúde (CNS), Francisco Batista Junior e outras autoridades.

"A falta de acesso a uma alimentação adequada e saudável compromete diretamente a saúde. No Brasil, adultos e crianças convivem com o problema da desnutrição, sobrepeso, obesidade e doenças associadas a esse quadro. Muitas vezes os problemas acontecem na mesma família e, sobretudo, nos grupos sociais mais vulneráveis", explicou Ana Beatriz.

"Viabilizar o direito humano à alimentação adequada e saudável é um grande desafio, principalmente quando o alimento é compreendido somente como uma mercadoria e a nutrição algo que se resolve no mercado. Hoje, o forte estimulo ao consumo de alimentos nutricionalmente inadequados responde pela maior parte da carga de doenças e exige na esfera política a adoção de medidas abrangentes e coordenadas capazes de reverter este quadro."

O Seminário será a etapa final de um processo iniciado no começo do ano com os Seminários Estaduais. "Garantir a participação dos estados na construção deste novo ciclo da PNAN será imprescindível para que sua efetivação, como política abrangente do SUS, promova melhores níveis de nutrição e resulte em qualidade de vida para todos", destacou Ana Beatriz.

O evento será promovido pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), por intermédio da Comissão Intersetorial de Alimentação e Nutrição (CIAN), e em parceria com a Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição (CGPAN).

Serviço

Centro de Convenções Israel Pinheiro - SHIS, conjunto A, EPDB, Lago Sul. Altura da QI 29 do Lago Sul e ao lado da Ermida Dom Bosco.

Informações

www.saude.gov.br/nutricao

(61) 2196.0000 ramal 207/ 3306.8004

sábado, 5 de junho de 2010

Aborto: uma questão para ser discutida em toda a área de saúde

A realidade concreta do aborto

por Washington Castilhos*
colaborou Fábio Grotz, em 02-jun-2010
Fonte: http://www.lappis.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1291&sid=1


Além de mostrar que 15% das brasileiras entre 18 e 39 anos já fizeram aborto – o que significa uma em cada sete ou cerca de 5,3 milhões de mulheres – a Pesquisa Nacional do Aborto (PNA), primeira pesquisa nacional domiciliar sobre o tema, derruba uma série de mitos em torno de quem já interrompeu a gravidez e traz à tona um paradoxo: segundo pesquisa de 2008 do instituto Datafolha, para 68% dos brasileiros (as) a legislação do aborto deve continuar restritiva como está, apesar da realidade das mais de 5 milhões de brasileiras que já abortaram e possivelmente se incluem no grupo dos que reprovam a descriminalização. Talvez para “solucionar” tal paradoxo, o editorial do jornal Folha de São Paulo desta terça-feira (25/5) sugira que o Plebiscito seja o melhor caminho para decidir sobre a ilegalidade do aborto no país. O que não é. O aborto, assim como outros temas em relação aos quais a sociedade nunca vai chegar a um consenso, não pode ser objeto de plebiscito devido ao risco de silenciar as vozes das minorias. Foi assim no caso do referendo que, ao aprovar a Proposição 8, baniu o casamento homossexual no estado da Califórnia, por exemplo.


“Questões de dissenso moral não devem ser colocadas à consulta plebiscitária. Da mesma maneira que somos contra julgar a adoção da pena capital em plebiscito, também nos opomos a decidir a questão da descriminalização do aborto por este meio, uma vez que o Estado sob o império da Justiça não pode nunca deixar de considerar a opinião de uma minoria”, analisa a antropóloga Maria Luiza Heilborn, coordenadora do CLAM.

A pesquisadora Sonia Correa, coordenadora do Observatório de Política e Sexualidade (SPW), concorda que a decisão plebiscitária não deve ser aplicada para assuntos onde não haja consenso e observa que o paradoxo que a Folha de São Paulo tenta “solucionar” através de um Plebiscito existe em qualquer país onde o aborto é ilegal, em função de uma realidade obscurecida pelos termos do debate ideológico. “A realidade do aborto é encoberta pela ‘natureza pecaminosa’ do ato, à qual se sobrepõe o caráter criminoso da prática. As construções religiosas do aborto sempre vão produzir um hiato entre a experiência vivida e a possibilidade de se expressar a favor da legalização. É difícil dizer ‘sou a favor’, já que a prática é tão estigmatizada”, afirma.

Se assumir-se favorável à descriminalização é difícil, mais ainda é revelar a experiência de ter feito um aborto, em razão de uma gravidez considerada impossível de ser assumida naquele momento. Daí o mérito da PNA – fazer com que mais de 5 milhões de mulheres revelassem tal experiência em suas vidas, evidenciando a magnitude do fenômeno no país. Como a prática é crime no Brasil (exceto nos casos de estupro e risco de morte da gestante), alguns cuidados foram tomados para garantir sigilo às entrevistadas. Cada uma preencheu um questionário sozinha e o depositou em uma urna e respondeu a outro, aplicado por uma entrevistadora. A técnica de urna, ao garantir a confidencialidade da declaração do aborto no momento da entrevista, propiciou o maior relato do evento.

Os dois questionários possuíam códigos que permitiam seu pareamento, mas não a identificação das participantes. O questionário da urna confirmava a idade exata e perguntava: “Você já fez aborto?”. Em caso afirmativo, a entrevistada respondia então com que idade havia sido o último aborto, se usou medicamento para fazê-lo e se ficou internada – o estudo mostra que 48% das mulheres que abortaram usaram algum medicamento e que 55% delas ficaram internadas em razão do procedimento.

No total, foram ouvidas 2.002 mulheres entre 18 e 39 anos, das capitais brasileiras e de municípios acima de 5.000 habitantes. Observou-se que a proporção de mulheres que fizeram aborto cresce de acordo com a idade: vai de 6% (dos 18 aos 19 anos) a 22% entre as de 35 a 39 anos.

Número de mulheres que abortam é ainda maior, afirma especialista em saúde pública

O estudo ajuda a desmitificar várias crenças: uma delas é a idéia de que as mulheres que abortam sejam mais jovens e irresponsáveis, ou que a prática seria mais comum entre as mais pobres. Os números mostram que o aborto se distribui de forma equilibrada em todas as classes sociais. Com o estudo, outro mito, reforçado por movimentos religiosos, é que o aborto só seria feito por mulheres que não estão integradas a uma família ou a uma religião. São, na realidade, de união estável e de perfil heterogêneo, inclusive religiosamente.


“Os resultados reiteram a importância do aborto como problema de saúde pública. Deve-se atentar para o fato de que os dados apresentados com estimativa de cinco milhões de mulheres que declaram um aborto representam um patamar mínimo de ocorrência do evento, já que, mesmo com a cuidadosa aplicação da técnica de urna, não se pode afastar que face à delicadeza do tema, muitas possam ter omitido uma gravidez que resultou em um aborto”, acredita a doutora em saúde pública Greice Menezes, pesquisadora do Programa de Estudos em Gênero e Saúde do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (MUSA/ISC/UFBA).

Segundo Greice, ao evidenciar a magnitude do fenômeno no Brasil e a diversidade das mulheres que recorrem a um aborto, a pesquisa explicita a ineficácia da restritiva legislação brasileira atualmente em vigor. “A falência do estado em oferecer às mulheres uma política conseqüente, de modo a enfrentar esta situação, é mais uma vez demonstrada. A criminalização não evita o procedimento, reitera desigualdades sociais, levando uma parcela importante de mulheres a práticas inseguras”, afirma a epidemiologista.

Em relação ao aparente paradoxo de o aborto ser um evento amplamente praticado, mas ao mesmo tempo uma prática altamente condenável, Greice Menezes salienta que o debate muitas vezes é maniqueísta, polarizado, supostamente opondo quem é contra ou a favor da vida.

“A tendência das pessoas (aí incluindo mesmo a mulheres que já abortaram) ao serem perguntadas é emitirem uma posição contrária à descriminalização. A meu ver, isto reflete dois aspectos. O primeiro é que o aborto, tal como já assinalado por pesquisadoras(es) é objeto de forte reprovação no plano geral, mas de grande tolerância no plano particular. De fato, todos somos contra o aborto. O que se discute aqui é a criminalização ou não da sua prática, mas esta posição é relativizada quando as pessoas são obrigadas a se confrontarem com situações concretas da realidade e, nestes casos, o aborto aparece como uma alternativa possível. Ainda muitas pessoas não compreendem – por razões religiosas, morais ou filosóficas pessoais – que se possa ser contrário à realização de um aborto, mesmo em qualquer circunstância, mas se possa ter uma posição favorável à descriminalização da sua prática, assegurando às demais pessoas, que pensam diferente delas, o direito de a ele recorrer se necessário”, observa a pesquisadora.

De acordo com a especialista, outro aspecto do debate reflete a preocupação das pessoas em evitar que o aborto seja banalizado. “E isto é compreensível pela forma com que informações são omitidas ou mesmo deturpadas pelos grupos contrários a uma legislação mais flexível. Estas informações alimentam uma crença equivocada de que ao descriminalizar o procedimento, as mulheres serão estimuladas a abortar e o farão de forma irresponsável. Subjaz a isto uma crença sem fundamento de que as mulheres são irresponsáveis por que têm relações sem se protegerem, abortam e o fazem por razões de conveniência própria. Ora, isto desconhece a heterogeneidade e multiplicidade das situações que encontramos na realidade dessas 5 milhões de mulheres da pesquisa”, analisa.

Greice afirma que a descriminalização não irá estimular o aborto. “Esta não tem sido a experiência dos países onde o aborto foi legalizado, não se constatando neles uma ‘epidemia’ pós-legalização. Acho sim que muitas pessoas precisam reconhecer que a banalização do aborto já existe sim no Brasil e é alimentada pela criminalização”, conclui.

A heterogeneidade das mulheres que abortam

Na análise de Margareth Arilha, diretora-executiva da Comissão de Cidadania e Reprodução (CCR/Cebrap), o que a PNA mostra mais uma vez é como a realidade do aborto segue fazendo parte da vida das mulheres e quão grande é a defasagem entre a vida real e as normativas existentes hoje no Brasil.


Para ela, a diminuição no número de abortamentos na população de mulheres jovens detectada pela pesquisa tem a ver com o incremento nos níveis de educação da população feminina brasileira. ”É sabido que há décadas a educação é fator importante na determinação das escolhas. É evidente que vivemos num contexto de muito mais acesso à informação e à contracepção, diferente do que existia há duas décadas. A geração da época contemporânea é mais privilegiada”, avalia Margareth.


Por outro lado, salienta a pesquisadora, “seguindo esse raciocínio, podíamos supor que a elite brasileira seria favorável à legalização do aborto no país, por ser altamente instruída e por ter poder aquisitivo. Parece que não é. Um exemplo: muita gente acha que a questão da anencefalia já está prevista no código penal brasileiro. Isso mostra que temos que começar a aprofundar esse debate”, diz.


Outro aspecto relevante na PNA, de acordo com a diretora da CCR, é que a pesquisa desmistifica o binarismo na representação da mulher que aborta. “Endiabradas e santas, as que abortam e não abortam. Essa categorização tem que ser eliminada. A pesquisa mostra uma plêiade grande de configurações. Ela é a mesma mulher que trabalha, que tem o filho, que não quer o filho”, revela.


Margareth, que trabalhou durante anos no escritório regional para a América Latina e Caribe do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), no México, lembra que desde a entrada em vigor das reformas de despenalização do aborto no Distrito Federal mexicano, em abril de 2007, o caminho não tem sido fácil, mas o país avançou. “Houve debates legais em cada estado mexicano. Há ainda embates jurídicos. Mas o Estado está contratando médicos para realizar abortamentos como solução para a objeção de consciência de outros médicos. Há uma participação forte do Poder público. Vale também lembrar a relevância do movimento feminista, que vinha incidindo sobre o debate de forma ativa, em uma estratégia de abordar e provocar a sociedade mexicana com essa agenda, o inverso do que está acontecendo no Brasil no campo dos direitos reprodutivos. Aqui temos um país em ascensão com um cenário perverso para as mulheres. Um país cheio de contradições fortes”, assinala.


Contradição do nascituro, ou o que está para nascer

Uma dessas contradições esteve em evidência na semana passada. Ao mesmo tempo em que os dados da PNA eram lançados, a Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) da Câmara aprovava, na quarta-feira, 19 de maio, um projeto de lei conhecido como Estatuto do Nascituro (o ser concebido, mas ainda não nascido. O conceito inclui, inclusive, embriões produzidos por fertilização in vitro ainda não transferidos para o útero). A contradição reside no fato de o projeto, ao definir que a vida humana começa já na concepção, pode (se virar lei) eliminar hipóteses de aborto permitidas no Código Penal.


A CSSF aprovou o substitutivo apresentado pela deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) ao Projeto de Lei 478/07, de autoria dos deputados Luiz Bassuma (PV-BA) e Miguel Martini (PHS-MG). O texto define que a vida humana começa já na concepção, o que a princípio eliminaria a hipótese de aborto em qualquer caso. “A afirmação de ser o nascituro uma pessoa humana só é possível a partir de determinada concepção moral e de determinada crença. No momento em que o projeto de lei impõe uma determinada concepção, que não permite ser compartilhada pelos diversos sujeitos morais e de direitos, ele fere os princípios, direitos e garantias fundamentais que garantem a liberdade de crença e pensamento e a igualdade dos sujeitos”, analisa Kauara Rodrigues, assessora para a área de saúde e direitos sexuais do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea).


Por acordo e pressões entre os deputados da Comissão, a deputada relatora elaborou uma complementação de voto para ressaltar que o texto aprovado não altera o Artigo 128 do Código Penal, que autoriza o aborto praticado por médico em casos de estupro e de risco de morte para a mãe. No entanto, isso não resolve nenhum dos problemas éticos e jurídicos contidos no Projeto de Lei. Não foram esclarecidas as dúvidas e os problemas levantados com relação ao Art. 12 do texto do substitutivo aprovado que prevê “É vedado ao Estado ou a particulares causar dano ao nascituro em razão de ato cometido por qualquer de seus genitores”.


Além disso, o substitutivo aprovado traz “incentivos” para que a mulher vítima de um estupro não interrompa a gestação: garante assistência pré-natal, com acompanhamento psicológico para a mãe; o direito de o bebê ser encaminhado à adoção, caso a mãe concorde. E, identificado o genitor do nascituro ou da criança já nascida, este será responsável por pensão alimentícia e, caso ele não seja identificado, o Estado será responsável pela pensão.


“Isto torna o Estado cúmplice de um crime hediondo e legitimando a violência. Isso sem falar na desconsideração dos efeitos físicos e psicológicos de um estupro na vida de uma mulher. Para justificar a tortura que o projeto submete a mulher quando a obriga a levar adiante a gestação fruto de um estupro durante nove meses, os parlamentares afirmam que ‘A criança não pode pagar pelo erro dos pais’. Mas que erro cometeu uma mulher que foi estuprada? E a mulher que tem uma gravidez com risco de vida? Qual foi seu erro? Entendemos que esse projeto institui a tortura e dá ao estuprador ‘direitos’ de pai, configurando um verdadeiro absurdo”, questiona Kauara.


O projeto agora passará a tramitar na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara (que analisará a adequação orçamentária e financeira, já que prevê o pagamento da já chamada “bolsa estupro” pelo Estado). Depois segue para a Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC), que analisará o mérito, a constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa. Somente depois seguirá para o Plenário.


“O estatuto, de alguma forma, consente com o crime de estupro, que continua a existir. É absurdo que se faça uma proposição deste tipo. Não somos animais reprodutores. Somos seres humanos. É um atentado à dignidade humana que se permita uma gravidez e para depois se dar a criança. E um absurdo maior ainda que o Estado financie o resultado desse crime”, complementa a socióloga Maria José Rosado, professora de Sociologia da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e coordenadora da organização Católicas pelo Direito de Decidir (CDD) no Brasil.


A ponderação dos direitos

Ao nascituro com deficiência o projeto assegura "todos os métodos terapêuticos e profiláticos existentes para reparar ou minimizar sua deficiência, haja ou não expectativa de sobrevida extra-uterina", diz o texto, já visando contemplar os anencéfalos, cuja questão ainda espera ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e já há na sociedade um certo consenso em relação à proposta de descriminalização da interrupção da gravidez em caso de anencefalia.


Para Sonia Correa, nada é por acaso. “A aprovação deste projeto pela CSSF é o primeiro passo de retrocesso. Isto é uma conseqüência do recuo do governo em relação ao 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3). A cada recuo há uma ação proativa. Estamos vivendo isso sistematicamente desde 2005. Foi o recuo do Executivo na hora de proteger a Comissão Tripartite que deu o gancho para a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Vida – Contra o Aborto. Cada vez que o governo recua, os adversários avançam”, assinala.


O problema, segundo a coordenadora do SPW, é que o movimento feminista brasileiro não conseguiu estabelecer uma conversação sistemática com a sociedade de maneira ampla, com o objetivo de deixar claro o argumento principal a favor da descriminalização, baseado na ponderação dos direitos.


“Não investimos suficientemente no diálogo com a sociedade sobre o tema, coisa que os conservadores fizeram. Ficamos olhando para as instituições, especialmente para o Legislativo. Houve um certo investimento via mídia, não suficiente no entanto para se contrapor à capilaridade do discurso do aborto em torno do início da vida. O que conseguimos ganhar é o consenso de que a lei não deve retroceder ou ser modificada. Pouco, mas considerando o que se perdeu de terreno nos últimos dez anos, podemos considerar um ganho”, observa Sonia.


A questão é que os grupos conservadores concentram-se agora em tentar fazer retroceder o que foi conquistado, através de estratégias como o projeto do Estatuto do Nascituro. Para Margareth Arilha, além do recrudescimento há também mais punição às mulheres no contexto atual. “Há uma preocupação do Estado associada à questão de segurança nacional. Há uma ideia de limpeza, de eliminar o que é clandestino, como as clinicas de aborto. Um exemplo recente foi o fechamento da clinica de Campo Grande (MS). Pelo menos quatro profissionais de saúde foram processados por crime de formação de quadrilha”, lembra a diretora da CCR.


Para as especialistas entrevistadas aqui é preciso que o movimento de mulheres invista mais no debate em torno da ponderação dos direitos, uma vez que a ideia da autonomia e do “nosso corpo nos pertence” continua sendo insustentável em 2010.


A maternidade deve ser livre e desejada

Maria José Rosado Nunes

Socióloga

A questão do aborto e sua proibição não é uma questão religiosa. É a diferença de classe social que a justifica. A ilegalidade torna o aborto uma questão dura. A mulher do juiz, do empresário, das classes ricas têm condições de fazê-lo de maneira segura. As pobres não têm, são as grandes vítimas. Nesse sentido, a PNA é oportuníssima por mostrar duas coisas: 5 milhões de mulheres não podem ser consideradas criminosas. São pessoas boas, dignas, generosas e que recorrem ao aborto porque é uma solução para elas. A mulher que aborta não é anônima. É a “fulana” minha vizinha, empregada, colega de trabalho, tem rosto, história. A defesa do aborto tem que ser feita em cima desses dados. Se os deputados e congressistas pensassem nas mulheres próximas ou conhecidas que já recorreram ao aborto, eles teriam outras atitudes, porque não iriam querer vê-las na prisão.


Ser mulher já é estar numa escala marginal na sociedade, num lugar de desconfiança. Nas pesquisas sobre ser a favor ou não do aborto, como afirmar que se é a favor numa sociedade que condena a prática? As mulheres, ao afirmarem ser contra, se auto-protegem. É auto-proteção. Não querem ser julgadas por consentir com uma prática condenável. Há uma forte correlação do aborto com crime. É necessário ligar aborto à idéia de solução. Encarar, se for o caso de não desejada, a maternidade como um problema. A maternidade deve ser livre e desejada.


Se, por um lado, o cenário é muito duro para as feministas e os direitos das mulheres, eu não deixo de pensar que é um cenário de reação a um outro cenário positivo de avanços em outros países, como Uruguai, Argentina e México. Temos fatos no mundo que demonstram avanços sobre credos fortes. A sociedade se laiciza, se livra de controles religiosos.


Temos com o governo Lula retrocessos: concordata com o Vaticano; a omissão do aborto no 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3). Mas também uma declaração pública de um presidente dizendo que o aborto é uma questão de saúde pública. Temos um presidente e ministros de Estado se posicionando contra um arcebispo, no caso da menina violentada que ficou grávida de gêmeos e teve que abortar no ano passado. Então, a palavra deixa de ser sagrada. É preciso atentar para isso como um avanço significativo.

*Matéria originalmente publicada pelo CLAM.

Tabela brasileira de composição de alimentos (TACO)

Consulte a tabela no portal do Ministério da Saúde: http://nutricao.saude.gov.br/taco/taco_consulta.php

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Vereador do Recife comenta sobre a relação dos médicos com a indústria farmacêutica



O impiedoso mercado de medicamentos

Os dados são de pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), mas certamente refletem a realidade de todo o país. “Quase metade dos médicos receita o que a fábrica indica. Quatro em cada cinco médicos recebem visita de fabricantes; desses, 48% indicam remédios sugeridos pela indústria”- assinala a manchete e o lead de extensa reportagem publicada pela Folha de S. Paulo sobre o assunto.

Adiante se registra a conclusão do Cremesp de que existe uma "relação contaminada com a indústria farmacêutica e de equipamentos, que ultrapassa os limites éticos".

Aqui não se trata de satanizar os colegas médicos (o autor dessas linhas é um deles, temporariamente afastado das atividades profissionais). Trata-se de sublinhar os malefícios oriundos de toda uma engrenagem da atenção à saúde predominante no país, que hoje rebaixa sensivelmente a qualidade dos atos médicos. No setor público, via de regra pela precariedade das condições de trabalho; no setor privado, que vive à mercê de convênios com os chamados planos de saúde ou de verbas sempre insuficientes provenientes do SUS, pela pressão diária em favor da produtividade.

Clínicas e outros serviços são montados a custa de pesados investimentos, que exigem retorno. É a “medicina argentária” a que se referia o professor Adônis Carvalho em seu discurso de paraninfo da turma de 1972 da Universidade Federal de Pernambuco, com a qual não pude colar grau por ter sido cassado em meus direitos estudantis pelo regime militar.

O profissional médico termina sendo vítima dessa engrenagem. Sobretudo da indústria farmacêutica e de equipamentos. A cada dia novos medicamentos são criados, assim como sofisticados artefatos destinados ao diagnóstico ou à terapia. É preciso estar atualizado, reza o senso comum. Tanto que o assédio começa ainda durante o curso de graduação, segundo assinala a pesquisa do Cremesp. Nada menos que 74% dos médicos declararam ter presenciado ou recebido benefícios durante os seis anos de curso.

Felizmente não são poucos os médicos que rompem com esse círculo vicioso, apostando na relação mais humana com o paciente, tratando cada caso em sua individualidade e lançando mão de procedimentos terapêuticos mais simples e por isso mesmo mais eficazes.

O fato é que os resultados da pesquisa do Cremesp se constituem em grave problema de saúde pública, típico do desenvolvimento capitalista. Karl Marx tinha razão ao afirmar que o capitalismo a tudo transforma em mercadoria – inclusive, no caso, os agravos à saúde das pessoas.

É preciso superar os padrões atuais de funcionamento da sociedade brasileira para que se retomem os fundamentos éticos e humanitários da atenção à saúde.

Luciano Siqueira, médico, vereador em Recife, membro do Comitê Central do PCdoB.
Fonte: http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=3241&id_coluna=27

A medicina e a humanização dos seus limites


Os limites da medicina

O novo código de ética médica deu enfoque a algumas questões, dentre elas os cuidados paliativos, que são um conjunto de técnicas médicas voltadas para pacientes com doenças graves, terminais ou incuráveis, com o objetivo de diminuir o sofrimento físico e psicológico. Esses cuidados são um dever ético dos profissionais e um direito do paciente. Nesta hora, o fazer médico – seja municiado dos próprios saberes, seja guarnecido pela lide com a dor e finitude humanas, deve ser direcionado para proporcionar o conforto necessário.
Com isto, o código ressalta alguns aspectos importantes: a postura de negação da morte – nos últimos tempos muito cultivada pelos médicos e também pelos pacientes – e a crença insana que a medicina e a tecnologia podem tudo. Relembra-nos que somos todos finitos e que, por mais arsenais tecnológicos que tenhamos, existe um limite intransponível. Sugere-nos que, diante do inexorável, o melhor a fazer é tornar mais suave o findar da vida. Resgata a possibilidade de morrer sem tubos ou isolado numa UTI, mas sim ao lado de quem se ama, permitindo o enfrentamento desse destino inevitável junto de quem se construiu a vida.
Nestes momentos, o papel do médico e dos familiares é de, conjuntamente, mitigar o sofrimento. Ao médico e aos envolvidos em cuidados de saúde cabe empregar o seu saber para cuidar e acolher. À família cabe um encargo doloroso, pois atravessar uma perda anunciada é dificílimo; entretanto, faz parte da vida humana e seu apoio ao doente é essencial. Mas, para empreitada tão difícil, é essencial a confiança e a compreensão mútuas, além do diálogo contínuo. Na morte, como na vida, humanizar é preciso.

Fonte da foto: http://tiagotenorio.wordpress.com/2009/11/12/ii-monologo-de-garcia/

terça-feira, 1 de junho de 2010

Perda de peso versus incontinência urinária



Perder peso reduz incontinência urinária

A extensa lista de benefícios provocados pela perda de peso acaba de ganhar mais um item. Pesquisa feita pelo National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK) e pelo Office of Research on Women’s Health (ORWH) e publicado no New England Journal of Medicine recrutou 338 mulheres obesas e com sobrepeso que tinham incontinência urinária pelo menos dez vezes por semana. Elas foram submetidas a um programa intensivo de perda de peso, incluindo dieta, exercícios e mudanças comportamentais ou apenas receberam informação sobre dieta e exercícios, mas nenhum treinamento para ajudá-las a mudar hábitos.

Os pesquisadores relatam que as mulheres no programa intensivo de perda de peso perderam cerca de 8% de peso e reduziram a incontinência urinária em 50%. Em contraste, as mulheres que só receberam informação perderam cerca de 1,6% de peso e tiveram 28% menos episódios de incontinência urinária.

Já se sabia que a obesidade é fator de risco para a incontinência urinária, mas até agora não se conheciam os efeitos da perda de peso sobre esse problema. Uma conclusão importante do estudo é a diferença entre os dois grupos na redução da incontinência. Entre as mulheres do programa de perda de peso, 41% alcançaram uma redução clinicamente relevante de pelo menos 70% no número total de episódios de perda de urina por semana, enquanto apenas 22% das mulheres que só receberam informação alcançaram o mesmo nível de redução.

A perda de peso ajuda também a diminuir o risco de desenvolver diabetes tipo 2 e hipertensão arterial, melhora o controle da pressão sanguínea e dos níveis de colesterol, além de ter efeitos sobre o humor e a qualidade de vida.

Fonte: http://projetoinovador.spaceblog.com.br/303837/Perder-peso-reduz-incontinencia-urinaria/

Calorias e gorduras em excesso versus incontinência urinária

Uma alta ingestão de calorias e gorduras saturadas contribui para incontinência urinária

Um novo estudo sugere que mulheres que consomem uma grande quantidade de calorias ou gorduras saturadas podem ter um risco mais alto de incontinência urinária, independentemente de seu peso corporal.

Não está certo por que exatamente o balanço de gorduras na dieta de uma pessoa poderia afetar a incontinência urinária. Porém, isso pode ser devido à inflamação sistêmica crônica, especulam os pesquisadores.

Estudos descobriram que pessoas com altos níveis de determinadas substâncias inflamatórias em sua corrente sanguínea são mais propensas a apresentar sintomas do trato urinário. E acredita-se que dietas com uma razão elevada entre gorduras saturadas e poliinsaturadas pode promover a inflamação.

Além disso, excesso de calorias pode afetar os sintomas urinários porque mais calorias significam uma atividade maior do sistema nervoso – o que poderia aumentar a atividade nos nervos que afetam a bexiga, afirmou a pesquisadora principal, Dra. Nancy N. Maserejian, dos New England Research Institutes em Watertown, Massachusetts, em um e-mail à Reuters Health.

De todas as mulheres do estudo, as 20% com a ingesta calórica mais alta (cerca de 2.400 calorias/dia) foram quase três vezes mais propensas a ter incontinência urinária do que as 20% com a ingesta calórica mais baixa (cerca de 840 calorias/dia), após ajuste para fatores de saúde e do estilo de vida, incluindo peso.

Enquanto isso, mulheres com as razões mais altas entre gorduras saturadas e poliinsaturadas consumiram algo em torno de 3 a 7 vezes mais gordura saturada do que poliinsaturada.

Elas apresentaram uma propensão 2,5 vezes mais alta de sofrer de incontinência urinária, comparadas às mulheres que ingeriram proporções iguais dos dois tipos de gorduras.

Os dados, publicados na edição eletrônica do American Journal of Epidemiology, são oriundos de uma pesquisa sobre a saúde de 2.060 mulheres residentes em Boston, com idades entre 30 e 79 anos, que forneceram informações detalhadas sobre suas dietas e outros hábitos referentes ao estilo de vida.

Em geral, pouco mais de 12% das mulheres apresentavam incontinência urinária moderada a grave, definida como vazamento que ocorre pelo menos uma vez por semana, ou vazamento significativo mensal.

“Esses são resultados muito novos, e nós precisamos de mais pesquisas para verificá-los”, afirmou a Dra. Maserejian.

Por enquanto, ela observou que, em pessoas com sobrepeso, a perda ponderal continua a terapia modificadora do estilo de vida de “primeira linha” para a incontinência.

Mas os resultados atuais sugerem que perder alguns quilos cortando calorias e trocando gorduras saturadas por poliinsaturadas pode ser especificamente efetivo.

Os resultados também sugerem que essas modificações na dieta podem ser efetivas em mulheres com peso normal, acrescentou a Dra. Maserejian.

“Uma das coisas interessantes sobre nossos resultados”, disse ela, “é que a associação (entre calorias e incontinência urinária) foi até mais forte em mulheres magras.

Autora: Amy Norton - http://www.medcenter.com/Medscape/content.aspx?bpid=120&id=26517&__akacao=269755&__akcnt=acd0802f&__akvkey=9d47&utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=Geral+115+BR&langtype=1046
Publicado em 05/17/2010: Am J Epidemiol 2010.