quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Perda de peso por meninas com sobrepeso pode diminuir o risco de diabetes na vida adulta

A perda de peso por meninas com sobrepeso pode diminuir o seu risco de diabetes na vida adulta, de acordo com os resultados de uma análise do Nurses' Health Study II, relatados no Diabetes Care.

“Esses achados sugerem que assegurar que crianças com sobrepeso revertam seu ganho de peso é crítico para limitar o seu risco futuro de diabetes quando adultos”, disse em release para a imprensa a autora principal Edwina Yeung, PhD, do Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development em Bethesda, Maryland.

O objetivo da análise foi avaliar a associação entre sobrepeso infantil, junto com outras características de peso ao longo do curso de vida, com o desenvolvimento de diabetes tipo 2 na vida adulta.

No Nurses' Health Study II, um total of 109.172 mulheres relataram o que lembraram do seu nível de gordura corporal às idades de 5, 10 e 20 anos usando diagramas pictoriais de 9 níveis (somatotipos) refletindo de extrema magreza (categoria “1”) a obesidade (categoria “9”).

O índice de massa corporal (IMC) foi calculado pelo peso lembrado à idade de 18 anos e na vida adulta. As participantes que relataram ter diabetes tipo 2 completaram um questionário suplementar.

Os somatotipos às idades de 5 e 10 anos foram positivamente associados com o risco de diabetes na vida adulta (P para tendências < 0,0001). Mulheres com somatotipos de pelo menos “6” contra “2” aos 5 anos tiveram risco relativo ajustado para diabetes adulto de 2,19 (intervalo de confiança 95% [IC] 1,79 – 2,67).

À idade de 10 anos, o RR para somatotipos de pelo menos “6” contra “2” foi 2,57 (IC 95% 2,20 – 3,01). O risco foi aumentado para aumentos no tamanho por somatotipo ou por ganho de peso até a idade de 18 anos.

Comparadas com mulheres que nunca tiveram sobrepeso, mulheres que tiveram sobrepeso quando adultas (IMC > 25 kg/m2), mas não durante a infância tiveram um RR ajustado de 8,23 (IC 95% 7,41 – 9,15).

Para mulheres que também tinham sobrepeso aos 10 anos (somatotipo ≥ “5”) e aos 18 anos (IMC > 25 kg/m2), o RR ajustado foi 15,10 (IC 95% 13,21 – 17,26). Mulheres que tiveram aumento no tamanho quando crianças, mas não continuaram com sobrepeso na vida adulta não tiveram risco aumentado de diabetes adulto.

“O aumento do tamanho corporal iniciado na infância está associado a maior risco de diabetes na vida adulta”, escreveram os autores do estudo. “No entanto, as mulheres que se tornaram magras na vida adulta não têm risco aumentado”.

As limitações desse estudo incluem o desenho observacional, o uso de somatotipos lembrados ao invés do IMC como medida do tamanho infantil, generalizabilidade limitada a mulheres caucasianas e possivelmente confundidores residuais.

“Nossos achados demonstram que a importância do sobrepeso na infância depende grandemente do peso na vida adulta”, concluem os autores do estudo.

“Permanece importante, então, promover mudanças no estilo de vida desde a infância de modo a evitar a trajetória adversa. Foram sugeridas múltiplas intervenções para abordar o sobrepeso infantil, mas que precisam ser adequadamente testadas”.


Fonte: http://www.medcenter.com/Medscape/content.aspx?bpid=120&id=27267&__akacao=294863&__akcnt=acd0802f&__akvkey=6aa5&utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=GERAL+124+BR&langtype=1046

Diabetes Care. 2010;33:1364-1369.
Autora: Dra.Laurie Barclay
Informação sobre a autora: Dra. Laurie Barclay, escritora e revisora freelance, Medscape, LLC.

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