sábado, 18 de dezembro de 2010

ESTRATÉGIAS PARA A REDUÇÃO DO CONSUMO DE SÓDIO NA POPULAÇÃO BRASILEIRA



A REDENUTRI publica as sistematizações resultantes das discussões em rede sobre um determinado tema. Este versa sobre as estratégias de redução de consumo de sódio na população brasileira, medida de impacto na prevenção de doenças como hipertensão arterial, aterosclerose, insuficiência cardíaca, etc. No Brasil, o consumo de sódio é cerca do dobro do recomendado pela OMS.
Consulte o link e opine, contribua:
http://189.28.128.100/nutricao/docs/redenutri/7sistematizacao.pdf

domingo, 12 de dezembro de 2010

Profa Raquel Botelho escreve sobre práticas alimentares, suas origens e a necessidade de preservação e valorização das regionalidades



“Entre as principais características de uma alimentação saudável estão o
respeito e a valorização das práticas alimentares culturalmente identificadas;
garantia de acesso, custo acessível e sabor; variedade, harmonia e segurança
sanitária.
“Neste sentido, é fundamental resgatar as práticas e os valores alimentares
culturalmente referenciados, bem como estimular a produção e o consumo de
alimentos saudáveis, especialmente os regionais, sempre levando em consideração
os aspectos comportamentais e afetivos relacionados às práticas alimentares”
(BRASIL, 2005).
Práticas alimentares evidenciam características e valores culturais de um país
ou povo. A culinária sintetiza os hábitos, as tradições, as preferências e a
mistura de influências. A arte culinária adapta-se e evolui, refletindo fatores
econômicos presentes no uso de ingredientes e temperos preferidos. É
condicionada pela evolução histórica, pelos dogmas religiosos e moldada pelos
avanços da ciência e do comércio (CASTRO, 2002).
A formação das práticas alimentares do povo brasileiro mescla a influência dos
índios nativos, do colonizador europeu e dos escravos africanos. Do encontro
desses três povos surgiu uma culinária que desde o princípio deixou de ser igual

àquela praticada nos seus locais de origem, pois a vida material do cotidiano
brasileiro influenciou tanto os estrangeiros quanto os nativos (LEAL, 1998). A
atual culinária regional brasileira é resultado de um processo de articulação
entre ingredientes disponíveis, a técnica culinária utilizada para o preparo e a

inventividade de quem a prepara (TAKASU, 2000).
No período do natal, algumas preparações retornam ao cotidiano das familias,
mesmo que por um período curto de tempo. Muitas delas de influência majoritária
portuguesa, já que esse povo apresentou e ainda apresenta como característica o
hábito de festejar ao redor da mesa. È interessante observar que várias
preparações poderiam ser consumidas não só nas festividades natalinas, mas
durante todo o ano. No entanto, para a sociedade, elas representam um momento
único, de celebração familiar e não têm a mesma representação quando consumidos
em outras épocas do ano. Por esse motivo, essas práticas não podem ser
desestimuladas pelo nutricionista em função de dietas de emagrecimento, pois só
acontecem uma vez no ano e representam muito mais que o próprio alimento em si.
Como deixar de saborear um peru, uma rabanada, frutas secas, leitões, farofas,
panetones, vinhos, entre outros ??.
A preservação da comida regional fundamenta a vida comunitária, garantindo o
acesso ao alimento como parte da segurança alimentar e nutricional. Constitui um

patrimônio cultural por possuir práticas, representações, expressões,
conhecimentos e técnicas. A comida regional, representada por suas receitas e
técnicas culinárias, proporciona oportunidades para o desenvolvimento local, a
inclusão social por meio da geração de emprego e renda e, como resultado, o
exercício da cidadania.
Preservar a alimentação regional é resgatar e valorizar a cultura de um povo.”